segunda-feira, 11 de março de 2013

TRADIÇÃO


Tradição é todo ensinamento passado entre gerações, que ao contrário do que se pensa, não se trata apenas de transmissão oral, mas também, escrita ou de outra forma qualquer. E não se trata sempre de lendas ou crendices. Veja, acredita-se que o primeiro Livro da Bíblia a ser escrito foi o de Jó, por volta de 1.600 anos
antes de Cristo nascer. Logo, todos os acontecimentos anteriores só eram conhecidos pelos israelitas através da Tradição Oral (origem do mundo, vida dos patriarcas Abraão Isaac e Jacó, Davi dilúvio, fuga do Egito... (Ex 12, 24.26-27)!
Muitos séculos depois é que tudo isso passou a ser registrado, e tivemos a Tradição Escrita. Tradição significa tudo que é conservado entre gerações. O mesmo vale até para os Evangelhos e todo o Novo Testamento. Ora, como os primeiros cristãos poderiam se guiar só pelas Escrituras, segundo querem os protestantes, se o Novo Testamento ainda estava sendo escrito no século I? Aliás, nenhum Discípulo ou
Apóstolo de Cristo tinha escrito nada nas duas primeiras décadas após Jesus ter subido aos Céus, 40 dias depois da Ressurreição!!!!
O primeiro Livro do NT a ser escrito foi a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses lá pelo ano 50 d.C. O próprio São Lucas, que era médico, afirma ter composto todo o Terceiro Evangelho a partir do que escutou das testemunhas oculares das obras de Cristo (Lc 1, 1-4). O Apocalipse é o mais recente, sendo o
último Livro da Bíblia e último a ser composto, por volta do ano 100 d.C.
Toda a Bíblia, com os Livros Autênticos só foi definida no século 4, e a Bíblia Protestante só foi definida por Martinho Lutero, mais de 1.500 anos depois de Cristo!!! Ou seja, só se pôde falar em Bíblia tal como a conhecemos hoje, a partir do séc 4, quando os escritos foram reunidos e separados dos falsos. Até
então ainda havia quem tinha dúvidas sobre a Carta aos Hebreus, por exemplo.
Nenhum cristão, principalmente dentre os do primeiro e segundo século, andava com a Bíblia na mão, ou a tinha em casa. Tudo era pregado através de palavras. Só depois da segunda década após a ressurreição de Cristo, começaram as Cartas de São Paulo e de alguns Apóstolos. Então, como poderiam seguir apenas as Escrituras??? Como vimos a Bíblia só teve um impulso maior de divulgação com o surgimento da imprensa, no século 15, por iniciativa católica. Raras pessoas e geralmente ricas, porque o costeio era muito, tinham a Bíblia em casa, e muitas vezes nem era completa. Eram feitas a mão antes da imprensa.
Logo, não se deve pensar que Tradição é algo a não ser dado crédito, que são mentiras, lendas ou fábulas. Pelo menos, não no caso da Tradição Bíblico-Apostólica-Católica, que é um registro Divino da História de Salvação do povo de Deus. O que os chamados Pais da Igreja, desde o século I, possuem respaldo bíblico, como veremos nesses estudos. Sendo assim, percebemos que “A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor (Mc 3, 13-14), fez-se de duas maneiras:
Oralmente “pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou aprenderam das sugestões do Espírito Santo (Catecismo da Igreja Católica 76; Mt 28, 19-20)”
Por escrito “como também por aqueles apóstolos e varões [homens] apostólicos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da Salvação”. Embora que isso tenha sido feito décadas depois dos fatos ocorridos (Doc. Dei Verbum 7; Catecismo da Igreja Católica 83; Lc 1:3)
Mas, como já vimos, a Igreja enfrentou “novas” questões ao longo dos séculos e precisou expressar sua decisão, daí passamos a ter a Tradição Apostólica, aceita e transmitida aos fiéis, tendo a Bíblia como base, porém, com a Inspiração Divina para cada época de cada questão levantada. Veja, se são assuntos “novos” a Bíblia vai conter bases, indícios nunca uma afirmação com todas as letras. Você não vai encontrar na Bíblia em hipótese alguma, palavras como clonagem humana, por exemplo. Daí a Autoridade e Luz do próprio Cristo, confiadas à Igreja virem dar o direcionamento sobre clonagem.
Veja, Jesus critica as roupas tradicionais dos sacerdotes judaicos, mas, tais roupas, foram definidas pelo próprio Deus na Lei dada a Móisés (Mt 23:5; Nm 15, 37-41)! Pois, Cristo não estava condenando as roupas sacerdotais tradicionais, e sim, a vaidade em poderem usá-las por serem sacerdotes, e o fato de serem apenas
fachadas de sacerdotes hipócritas. Isso serve para cada um de nós católicos, e também para pastores protestantes e membros. Não é a tradição ou o costume em si, mas sim, a falta de prática de fé no dia-a-dia.
São Paulo exorta aos fiéis a guardarem as tradições, o que aprenderam “de boca”, ou seja, oralmente, sem nada escrito (At 2:42; 1.ª Cor 11:2; 2.ª Tes 2:15; 1.ª Tm 6:20; 2.ª Tm 2:2; )... Claro, não se deve seguir uma religião, igreja ou crença alguma pelo único fato de ter sido criado nela, ou “convertido” a ela. Segue-se o
Catolicismo porque é a única Igreja, o único ramo de Cristianismo que existe desde o tempo de Jesus e está até hoje, com a garantia de não ser vencida pelos infernos (Mt 16:18)!
Todas as outras Igrejas cristãs, têm sua origem, direta ou indiretamente, na Igreja Católica Apostólica Romana. Ela é única raiz em comum, não há absolutamente nenhuma outra. Por outro lado, as tradições populares que são ligadas à religiosidade católica, mas, que envolvam superstições, crendices, sincretismo,
não são apoiadas pelo Vaticano (Catecismo da Igreja Católica 83).

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