A Igreja é santa nos seus membros. A vida cristã na vida da Igreja
implica uma participação na santidade da Igreja. A santidade da Igreja é
fonte da espiritualidade cristã.
- A Igreja é santa porque ela é o "Povo do Deus santíssimo" por quem é
possuída, em quem Deus se manifesta transformando os seus membros
segundo o ideal evangélico da vida.
- A Igreja é santa porque "Cristo Se entrega a ela como Esposo" para a
santificar, fazendo dela seu Corpo.
- É santa porque o "Espírito da santidade" a vivifica como sua alma
incriada, presente em todos e em cada um dos seus membros, fazendo dela
Templo do Espírito Santo.
- Dentro da implicação mútua entre a Igreja e os seus membros, "a
Igreja é santa nos seus santos", contemplativa nos seus contemplativos e
orante nos seus orantes, missionária nos seus enviados.
- "Cristo é Esposo da santa Igreja" a quem se entrega enriquecendo-a
com os dons. A Igreja é uma "esposa desposada por Cristo Senhor" para
formar com Ele um só Espírito. Ela é a esposa imaculada do Cordeiro
imaculado que a associou a si por uma aliança eterna e não cessa de lhe
prestar cuidados como ao seu Corpo(cf. Catecismo da Igreja Católica, n°
796). Desta relação brota a espiritualidade esponsal que consiste na doação
plena, íntima e exclusiva ao seu Esposo do qual recebe todo o bem.
- Esta dimensão esponsal é uma característica de toda a vida cristã
que se verifica de harmonia com a vocação e missão de cada qual na Igreja.
- Na Igreja-Comunhão o "estado da vida laical" deve viver a igual
dignidade cristã e a universal vocação à santidade na perfeição do amor,
dando testemunho do significado que as coisas temporais e terrenas têm no
desígnio salvífico de Deus.
- Os "ministros ordenados" vivem a espiritualidade esponsal
representando a garantia permanente da presença sacramental de Cristo
Redentor no seio das comunidades cristãs, nos diversos tempos e lugares.
- A "vida consagrada" testemunha a índole escatológica da Igreja,
como imagem viva da Igreja-esposa que anuncia a última vinda de Cristo,
esposo da santa Igreja.
- A "espiritualidade esponsal ou nupcial" é vivida pelo "matrimónio
cristão" e pela "virgindade consagrada e o celibato pelo Reino de Deus que
são modos de exprimir e viver o único Mistério da Aliança de Deus com o seu
Povo. Renunciando à fecundidade física, todos os consagrados tornam-se
espiritualmente fecundos, como pai e mãe de muitos, cooperando na
realização da família espiritual, segundo o desígnio de Deus.
- Todos somos chamados à "perfeição evangélica" embora não sejamos
santos pelo que fazemos, mas pelo que Cristo faz em nós pelo seu Espírito
reservando-nos para Deus Pai.
- A santidade da Igreja é também um "imperativo moral" porque o seu
Senhor interpela-a a ser perfeita como perfeito é o Pai celeste.
- A Igreja tem de viver num "ritmo de conversão permanente" para ser
fiel ao seu Senhor, em constante renovação, escutando a voz do seu Esposo
nos sinais dos tempos.
Teologia da Vida
Espiritual
PORTO
2005
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