domingo, 28 de junho de 2015

O Santo Rosário - Melhore sua intimidade com Deus e Nossa Senhora

“O Rosário é mais valioso que os salmos, pois: Assim como a realidade é mais importante que a prefiguração, e o corpo mais importante do que a sombra, da mesma forma o Rosário é mais grandioso que o Saltério de Davi que nada mais fez que prefigurá-lo.” (Extraído do livro: O Segredo do Rosário – São Luís Maria Grignion de Montfort) 

O que é o Rosário? - O Rosário consiste em duas realidades: a oração mental e a vocal, sendo a primeira caracterizada pela meditação dos mistérios do nascimento, vida e missão, morte e glória de Nosso Senhor e de Sua Mãe Santíssima, e a segunda consiste em rezar as vinte dezenas de Ave-Marias precedidas pelo Pai-Nosso. Torna-se uma mistura bendita de oração vocal e oração mental.

Meditação dos mistérios: São Domingos fez essa divisão dos mistérios no Rosário.

“O cristão que não medita sobre os mistérios do Rosário é muito ingrato a Nosso Senhor e mostra o quão pouco ele se preocupa por tudo que o Salvador Divino sofreu para salvar o Mundo.“ (São Luís de Maria G. de Montfort)

Os cristãos devem ter sempre em vista a vida de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, e tê-las como exemplo, e para nos ajudar nessa tarefa, foi que ela ordenou a São Domingos que ensinasse ao fiel a meditar nos mistérios sagrados.

“Devemos lutar, como se fosse num campo de batalha, para a aquisição de todas as virtudes que o Santo Rosário nos incita a imitar”. (São Tomás de Aquino)

Cuidado com o orgulho no progresso espiritual

“Se, pela graça de Deus, você já alcançou um alto nível de oração, mantenha a prática de rezar o Santo Rosário. Pois nunca ninguém que reza o Rosário diariamente se tornou um herege formal ou foi enganado pelo demônio. Esta é uma declaração que eu alegremente assino com meu sangue.” (São Luís de Maria G. de Montfort)

Como rezar o Santo Rosário

- Estar em estado de graça, ou pelo menos com esse propósito.

- Com atenção, evitar as distrações voluntárias.

-Controlar a imaginação, para não ser dominado pelas distrações involuntárias.

- Recusar as insinuações do demônio, que trabalha fortemente para que acreditemos que será inútil rezar o Rosário, pelo fato de ser orações repetitivas, colocando argumentos como: “faça uma meditação de 30 minutos, é melhor…”. Jamais pare de rezar um Rosário, mesmo que você não tenha nenhuma devoção sensível.


Defeitos ao se rezar o Rosário

- Nunca pedir alguma graça.

- Querer chegar ao fim, o quanto antes.

“É lamentável ver como a maioria das pessoas rezam o Santo Rosário, extremamente rápido e murmurando, fazendo com que as palavras não sejam pronunciadas claramente.” (São Luís de Maria G. de Montfort).

Segue método com pausas (locais com †) retiradas do próprio livro:

Pai Nosso, que estais no Céu, † santificado seja o Vosso nome, † venha a nós o Vosso Reino, † seja feita a Vossa vontade, † assim na Terra como no Céu. † O pão nosso de cada dia † nos dai hoje; † e perdoai as nossas dividas, † assim como nós perdoamos os nossos devedores; † e não nos deixeis cair em tentação, † mas livrai-nos do mal. Amém

Ave Maria, cheia de graça, † o Senhor é convosco, † bendita sois vós entre as mulheres † e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, † rogai por nós pecadores, † agora e na hora de nossa morte. Amém. 

- Rezá-lo sem reverência. É necessário tomar cuidado com nossa posição corporal, quando possível rezar ajoelhado, mas podendo também ser rezado no trabalho ou nos afazeres do lar, porque o trabalho das mãos não é de forma alguma obstáculo à oração vocal.

Reza em grupo

- Há várias formas de rezar o Santo Rosário, mas a que o diabo mais teme, é a de rezar ou cantá-lo publicamente em dois grupos.

- Normalmente nossas mentes ficam mais atentas quando estamos em grupos.

- A oração de cada um pertence a todos, e estas se juntam em uma oração ainda maior, sendo que na mesma reunião a oração do que está mais forte sustenta a do que está fraco.

- Se você reza com mais 30 pessoas, obtêm-se os méritos de 30 rosários. 
“A oração pública é muito mais poderosa que a oração individual para apaziguar a ira de Deus e obter Sua Misericórdia”. (São Luís de Maria G. de Montfort)



Indulgências

- Os fiéis quando recitarem a terça parte do Rosário (terço) com devoção podem lucrar: Uma indulgência de 5 anos (Bula “Ea quae ex fidelium”, Sixto IV).

- Se rezarem a terça parte do Rosário em companhia de outros, uma indulgência de 10 anos, uma vez ao dia.

- Aqueles que piamente recitarem a terça parte do Rosário na presença do Santíssimo Sacramento, uma indulgência plenária, sob condição de confissão e Comunhão.

- Os fiéis que durante o mês de Outubro recitarem no mínimo a terça parte do Rosário, publica ou privadamente, podem lucrar: uma indulgência de 7 anos por dia.

- Uma indulgência de 500 dias pode ser lucrada uma vez ao dia pelos fiéis que, beijando o Santo Rosário que carregam consigo ao mesmo tempo recitarem a primeira parte da Ave Maria até “Jesus”.



QUINZE PROMESSAS DE QUEM REZAR O ROSÁRIO:

1) A todos os que rezarem meu Rosário com devoção, prometo minha proteção especial e grandíssimas graças.

2) Aquele que perseverar na oração de meu Rosário receberá uma graça insigne.


3) O Rosário será uma defesa poderosíssima contra o inferno; destruirá os vícios, libertará do pecado, dissipará as heresias.

4) O Rosário fará florescerem as virtudes e as boas obras, e obterá para as almas a mais abundante misericórdia divina; fará que nos corações o amor ao mundo seja substituído pelo amor a Deus, elevando-os ao desejo dos bens celestes e eternos. Quantas almas se santificarão com esse meio!

5) Quem se confia a mim por meio do Rosário não perecerá.

6) Quem rezar meu Rosário com devoção, meditando seus mistérios, não será oprimido pela desgraça. Pecador, se converterá; justo, crescerá em graças e se tornará digno da vida eterna.

7) Os verdadeiros devotos de meu Rosário não morrerão sem os Sacramentos da Igreja.

8) Aqueles que rezam meu Rosário encontrarão durante sua vida e em sua morte a luz de Deus e a plenitude de suas graças, e participarão dos méritos dos bem-aventurados.

9) Libertarei muito prontamente do purgatório as almas devotadas a meu Rosário.

10) Os verdadeiros filhos de meu Rosário gozarão de uma grande glória no céu.

11) O que pedirem por meio de meu Rosário, obterão.

12) Aqueles que defenderem meu Rosário serão socorridos por mim em todas as suas necessidades.

13) Obtive de meu Filho que todos os membros da Irmandade do Rosário tenham por irmãos, durante a vida e na hora da morte, os santos do céu.

14) Aqueles que rezarem fielmente meu Rosário serão todos meus filhos amantíssimos, irmãos e irmãs de Jesus Cristo.

15) A devoção a meu Rosário é um grande sinal de predestinação.

FONTE:http://reporterdecristo.com/o-santo-rosario-melhore-sua-intimidade-com-deus-e-nossa-se
nhora















Fotos impressionante de Aparição da Virgem Maria na Igreja do Santo Niño Infantil em Monterrey


Mesmo para aqueles que não acreditam na Virgem Maria compartilhar as fotos tiradas por Sandra Serrato na Igreja do Santo Saúde Infantil em Monterrey de quinta-feira, 12 fevereiro, durante Adoração do Santíssimo Sacramento.







Fonte: http://promesa-del-dios.blogspot.com.br/ 


Maria: Mãe compassiva da humanidade


Ontem meditávamos em nossa Novena como Maria é modelo de fidelidade a Deus e ao Evangelho. Como prêmio por essa fidelidade recebeu do seu Filho no Testamento no Gólgota o seu maior dom: cada um de nós. Nossa Senhora assumiu essa grande missão de ser nossa Mãe. Ela é a Mãe compassiva que não quer nenhum dos seus filhos desamparados.

Socorrei, sim, socorrei o vosso povo que cai!

Ao terminar a Liturgia das Horas cotidiana, entre outras, eleva-se esta invocação da Igreja a Maria:

"Ó Santa Mãe do Redentor, porta do Céu sempre aberta, estrela do mar, socorrei o vosso povo, que cai e anela por erguer-se. Vós que gerastes, com grande admiração de todas as criaturas, o vosso santo Genitor"!

Estas palavras referem-se a cada um dos homens, a todas as comunidades humanas, às nações e aos povos, às gerações e às épocas da história humana: Socorrei, sim, socorrei o vosso povo que cai!

Muitas vezes caímos, somos humilhados, passamos por momentos de tribulação, sejam causas externas ou internas. Algumas vezes pelo peso do nosso fardo desanimamos e pensamos em desistir. Aí é que nos deparamos com um olhar materno, doce, que nos diz: meu filho, coragem! Eu te amo e não desistirei de você! Caminhemos juntos!

Maria sofreu dores de parto, ao ver o seu Filho sendo crucificado, experimentando a dor imposta pelo peso dos nossos pecados. Podemos inclusive imaginar: como Maria permaneceu de pé diante da Cruz, sofrendo junto com o seu Filho? Porque Ela compadeceu-se com o seu Filho, associando-se à sua Paixão. Essa mesma atitude Ela tem com a gente.

Como à Igreja nada do humano é alheio a Maria. Em todas as nossas lutas, desejos, sonhos, Ela está nos cuidando. Ela se preocupa especialmente com aqueles filhos mais desesperados, indefesos, fragilizados pelo egoísmo de outros. Com certeza Ela escuta o nosso clamor.

A compaixão não consiste em conformar-se com uma situação que está mal. Ela nos leva à ação. Senão não passa de um mero sentimentalismo. Por isso na oração que vimos acima fala também de uma humanidade que cai, mas que anseia erguer-se. É isso que Maria quer fazer com cada um de nós: ajudar-nos a que nos levantemos de nossas quedas, para que sejamos cada dia mais semelhantes ao seu Filho. Maria não descansará enquanto não formar Cristo em cada um de nós.

Gostaria de terminar pedindo o auxílio da Mãe Aparecida com uma das orações marianas mais antigas, o Sub tuum praesidium (Sob a vossa proteção). Que Ela tenha compaixão de toda a humanidade:

“À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.”


Ir. Gilberto Cunha. - See more at: http://www.catequisar.com.br/texto/maria/reflexao/43.htm#sthash.fTHy5s0h.dpuf

Maria: Consoladora dos excluídos!


“Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium 187).


O Papa Francisco constantemente tem falado que ninguém deve ser excluído, ninguém deve ficar à margem. Tem convidado os cristãos a buscar nas periferias existenciais, àqueles que muitas vezes não tem voz, os mais pobres e frágeis.



Proponho hoje refletirmos sobre a realidade dos excluídos e pensarmos no que podemos fazer como cristãos para transformarmos essa realidade desde o Evangelho, com o auxílio maternal de Maria. Como nos fala claramente o Papa Francisco “não se trata de uma missão reservada apenas a alguns” (Evangelii Gaudim, 188)



Ser solidário com os excluídos e consolá-los



“A Igreja, guiada pelo Evangelho da Misericórdia e pelo amor ao homem, escuta o clamor pela justiça e deseja responder com todas as suas forças”. (Evangelii Gaudim, 188)



Somos convidados a ser solidários e viver a misericórdia com os nossos irmãos mais pobres: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).



Quando São Paulo foi encontrar-se com os Apóstolos em Jerusalém para discernir o seu ministério vinha de Deus, o critério chave de autenticidade que lhe indicaram foi que não se esquecesse dos pobres (Cf. Gl 2,10). “A própria beleza do Evangelho nem sempre a conseguimos manifestar adequadamente, mas há um sinal que nunca deve faltar: a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora” (Evangelii Gaudim, 195)



Lembremos que no coração de Deus ocupa um lugar preferencial os pobres, tanto que Ele mesmo “Se fez pobre” (2 Cor 8,9). A salvação veio até nós através do “sim” de uma jovem humilde, de um pequeno povoado na periferia de um grande império. O Salvador nasceu num presépio, entre animais, como era comum acontecer com os mais pobres. Ele era seguido em seu ministério por muitos pobres e excluídos, confirmando o que se falava dEle: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18)



Às vezes somos duros de coração e de mente, atraídos pelas imensas possibilidades de consumo e de distração que o mundo oferece. Acabamos nos alienando, esquecendo daquele que sofre. Não percamos a alegria do Evangelho! Não esqueçamos dos nossos irmãos excluídos!   Levemos a eles ajuda e consolo!



Mãe consoladora dos excluídos



Gostaria de concluir essa breve reflexão lembrando do episódio de Caná, onde fica evidente como Maria é mãe consoladora, sempre atenta às necessidades dos seus filhos, especialmente aqueles menos favorecidos.



Alguns mestres espirituais, como o Beato Alonso, acreditam que os noivos de Caná eram pobres e que o povoado era bem pequeno. Ao faltar vinho seria muito difícil encontrar encima da hora para remediar aquela situação.



Tudo isso Maria tinha presente, Ela estava atenta às necessidades dos seus filhos. Ela não quer que falte o vinho da alegria a nenhum de nós. Ela não quer que ninguém fique excluído do vinho novo oferecido por seu Filho. Por isso diz imediatamente ao seu Filho “Eles não tem mais vinho” (Cf. Jo 2, 1-11)



Que delicadeza da Mãe! Não faz nenhum alarde que pudesse envergonhar os noivos. Apenas em silêncio e com muita confiança no seu Filho lhe confia essa situação. E para quem é filho de Maria sabe que Ela segue atuando assim em nossas vidas, especialmente com aqueles que mais necessitam do seu consolo e proteção.



Peçamos hoje a intercessão da Mãe consoladora, especialmente por todos aqueles nossos irmãos excluídos. E para que eu também não seja indiferente a eles e não os deixe à margem. Rezemos hoje em nossa Novena:



“Ó Mãe Consoladora dos excluídos, vosso Filho aproximou-se dos que estavam à margem da sociedade: eram pecadores que buscavam o perdão, doentes que esperavam a cura e oprimidos que ansiavam pela libertação. Dá-nos vossa força maternal, e sejam os cristãos os libertadores de todo o mal!”


Ir. Gilberto Cunha. - See more at: http://www.catequisar.com.br/texto/maria/reflexao/39.htm#sthash.0eHb6Cce.dpuf

sábado, 27 de junho de 2015

O medo da morte

O ser humano naturalmente teme a morte. Ela bate-se contra a vida. Criados para viver, opomo-nos visceralmente à morte. A famosa frase do biólogo Prêmio Nobel J. Monod, “o preço da vida é a morte”, revela a frieza de um pesquisador e nunca a experiência existencial de um vivente. Os psiquiatras aproximam-se dos suicidas como de casos patológicos e nunca como desejo natural de um ser humano em são juízo.
No entanto, Platão nos descreve a serena morte de Sócrates. Ele sofria o próprio corpo como cárcere de que a morte o libertava para contemplar o mundo das idéias puras e perfeitas. Por isso, prepara-se para morrer na maior tranqüilidade de espírito. Aí aparece como a visão da existência, diria, a espiritualidade, consegue domar o medo instintivo da morte em algumas pessoas privilegiadas.
Algo semelhante viver-se-á no mundo cristão em duas situações bem diferentes. Muitos mártires desprezarão a vida e caminharão firmes e resolutos para enfrentar as feras. O exemplo de Santo Inácio de Antioquia impressiona-nos. Em dramática carta aos irmãos de Roma pede insistentemente que não intercedam por ele junto a alguma autoridade romana a fim de livrá-lo da morte. “Maravilhoso é para mim morrer por Jesus Cristo, mais do que reinar até aos confins da terra”. “Deixai-me ser comida para as feras, pelas quais me é possível encontrar Deus. Sou trigo de Deus e sou moído pelos dentes das feras, para encontrar-me como pão puro de Cristo”. Esses desejos revelam tal grandeza que nos deixam pequeninos. A paixão por Cristo o leva a não temer a morte.
Além dos mártires, muitos santos que morreram na normalidade de uma doença também exprimiram coragem semelhante para enfrentar a morte sem medo. O jovem Luiz Gonzaga, atingido em Roma pela peste, vê a morte aproximar-se e escreve linda carta a sua mãe, povoada de sentimentos de paz na espera do encontro com Deus.
Está a surgir, porém, nova e doentia atitude de destemor diante da morte. Refiro-me ao terrorismo e ao mundo do crime. Homens e mulheres-bomba explodem a si mesmos para causar mais mortes em torno de si em atentados, movidos pelo fanatismo religioso. O mártir entregava a Deus sua vida. Esses novos religiosos não o fazem no sentido de dom de si, mas com a intencionalidade de vingar-se, com a própria morte, dos inimigos. Morte para causar mais morte e não para mergulhar no mistério de vida de Deus. Em alguns ainda sobra certo sentimento religioso, embora deturpado, mas pessoalmente vivido como fé na sua religião.
Ameaça-nos outra atitude terrível diante da morte. Sua banalização tem crescido a tal ponto que especialmente pessoas jovens ingressam no mundo do crime, dispostas a matar e a morrer. Isso lhes oferece tal ousadia que os crimes que perpetram chegam a grau enorme de gravidade. O banditismo, os assaltos a mão armada, as gangues e as máfias do crime crescem e se tornam incontroláveis, porque muitos de seus membros perderam o medo de morrer. E quando alguém está disposto a tal, não há limites na fantasia criminosa.
A psicologia facilmente reduz esses casos à patologia. Mas infelizmente parece que tal análise não dá conta da verdadeira realidade. No caso do famoso nazista Eichmann, que coordenou o assassinato em massa de judeus, chegou-se ao veredicto de tratar-se de alguém normal, mas sem nenhum escrúpulo diante de tais crimes. Assim também está a acontecer que muitos entram no caminho do crime como numa aventura, numa roleta-russa de morte. A cultura e o ambiente circundantes, a crise social, estímulos crescentes para o crime terminam por dominar-lhes a mente e o coração. Estamos, portanto, diante de problema muito mais amplo do que de aumentar o policiamento. Cabe-nos trabalho lento e diuturno de transformar a cultura e a situação social atual para que elas não continuem sendo o caldo gerador de novo tipo de enfrentamento da morte sem nenhum medo.

http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31930/o-medo-da-morte

Igreja como mediadora dos conflitos

Agitam o mundo dolorosos conflitos. Quem consegue mediá-los? Quem constrói a paz nesses campos de guerra: Oriente Médio, África, Ásia, América Latina, Europa? Em muitos cantos da terra, explodem ódios ancestrais, digladiam interesses econômicos escusos, travam-se combates entre facções religiosas. Cabe à Igreja algum papel nesse campo?
Que vem a ser realmente um conflito? Na sua raiz, existe um choque de interesses entre duas partes em sentido bem amplo. A natureza do conflito depende de que tipo de interesse se trata. Ele acontece no interior de uma família passa por dentro de classes e países até agitar nações. Mais: fala-se até mesmo de conflito no íntimo de cada pessoa. Que o digam os psicanalistas! 
Prescindindo do conflito pessoal ou familiar, há-os de nações, de poder, de raça, de cultura, de religião, de sexo, de classe, de status social, enfim verdadeira ladainha.

A Igreja católica proclama-se seguidora de Jesus. O primeiro olhar para trabalhar qualquer conflito concentra-se na maneira de agir de Jesus. Ele viveu em sociedade terrivelmente conflituosa. Os evangelhos acenam nas entrelinhas para tal fato. À guisa de exemplo. Logo no início, narram-se a prisão e a degolação de João Batista. Numa leitura simples e ingênua, alguém pensaria que se tratou de ofensa pessoal do profeta à vida íntima de Herodes, ao acusá-lo de assumir Herodíades, esposa de seu irmão, como companheira. Olho atento percebe mais. João mobilizava multidões. A polícia de Herodes e a dos romanos espionavam-no e já ensaiavam intervenção para evitar qualquer rebelião popular. E aproveitaram da circunstância do banquete de Herodes para liquidar João Batista. Jesus percebeu o perigo político de tal prisão. Os evangelhos mostram que Jesus, ao saber da prisão de João, retira-se para a Galileia e para lugares menos expostos. Ele antevia o conflito que sua pregação produziria e evitou o enfrentamento. Prudência pastoral.
No entanto, em dado momento, ele percebeu claramente que a vontade do Pai o conduzia a Jerusalém, no tempo da Páscoa, epicentro de toda conflutuosidade de sua missão. Além disso, entra na cidade como “messias” e expulsa os vendilhões do templo, desatando contra si a fúria das forças políticas da época. Sofre e morre dentro do conflito.
Que aprender de Jesus para o nosso comportamento, enquanto Igreja, em face dos conflitos? Primeiro, a prudência, não se expondo inutilmente. É o Jesus que se retira. E também coragem profética de interpelar as partes conflituosas quando entra em jogo o Reino de Deus. Jesus em Jerusalém.
Prudência e profetismo: dois pontos em tensão, mas não contraditórios. Difícil de manter o equilíbrio entre ambos. O papa João Paulo II deu-nos excelente exemplo de ambas as atitudes. Por ocasião das guerras do Golfo, tentou dialogar com as duas partes. Visitas, audiências de chefes de Estado, solicitações para soluções pacíficas. Mas, no momento em que ele percebeu a injustiça da guerra, interpelou fortemente os poderes beligerantes. Pediu que não se invocasse blasfemamente o nome de Deus para justificar a guerra.
A Igreja tem a vocação por excelência da reconciliação. Não significa pôr panos quentes e sim fazer tudo para que as partes em guerra se entendam e encontrem condições justas de paz. Quando, porém, a voz da reconciliação, do bom senso, da razão não se faz ouvir, cabe o grito profético de confronto para acordar as consciências dos homens públicos para a paz. Reconciliar no caso implica coragem, palavra forte que clama por justiça. E o lugar preferido da Igreja situa-se no meio dos mais fracos, dos invadidos, dos explorados mesmo que os invasores apelem por “ideais democráticos”.
O primeiro passo da mediação consiste em analisar, sob aspectos políticos, econômicos e culturais, as causas e raízes dos conflitos. Uma vez desentranhadas as motivações e pretensões dos grupos beligerantes, abre-se o campo para o juízo crítico sereno e objetivo. Os meandros das guerras enganam-nos muito. Os discursos políticos encobrem com freqüência a verdadeira trama em jogo. A suspeita paira sobre duas grandes forças mundiais, apátridas, inescrupulosas: a indústria armamentista e a exploração petrolífera. A primeira vive da guerra. Esta serve-lhe de fonte de rendimentos. Fará tudo para que se multipliquem os conflitos armados ou para que permaneçam graves ameaças a fim de levar os países a armarem-se até os dentes. O petróleo move a indústria. Territórios ricos nele facilmente se tornam campos de cobiça e de guerra.
A mediação da Igreja passa pelo grito da justiça e do combate constante contra essas duas causas maiores dos conflitos. Dificilmente se conseguem efeitos benéficos enquanto elas comandarem o mundo econômico. Só chegaremos à reconciliação baixando o facho do poder econômico que se alimenta das guerras.

http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31927/igreja-como-mediadora-dos-conflitos

sábado, 20 de junho de 2015

Maria: Auxílio dos promotores da vida!


Maria é promotora da vida, pois Ela foi a primeira a receber o Senhor da vida em seu seio. O encontro com sua prima Isabel foi um extraordinário canto à vida, pois naquele momento se encontram quatro pessoas. João Batista reconhece já o Salvador no seio de Maria e exulta de alegria.

Hoje falaremos sobre o grande valor da vida, para que juntos com Nossa Senhora, promovamos o “valor sagrado da vida humana, desde seu início até seu fim natural, e afirmar o direito de cada ser humano de ver respeitado totalmente este seu bem primário” (Documento de Aparecida, 108).

Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância » (Jo 10, 10)

“Ao apresentar o núcleo central da sua missão redentora, Jesus diz: 'Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância' (Jo 10, 10). Ele fala daquela vida 'nova' e 'eterna' que consiste na comunhão com o Pai, à qual todo o homem é gratuitamente chamado no Filho, por obra do Espírito Santificador. Mas é precisamente em tal 'vida' que todos os aspectos e momentos da vida do homem adquirem pleno significado.” (S. João Paulo II, Evangelium Vitae, 1)

Por ser chamado a participar da vida de Deus, a vida humana vai muito além da sua dimensão terrena. Essa vocação sobrenatural revela como somos grandes e como é valiosa a vida humana, já naquele primeiro momento da concepção natural. A partir do momento que passamos a existir somos eternos.

O Papa João Paulo II apresenta em sua encíclica Evangelium Vitae alguns desafios, que ele considera um atentado contra a vida: o aborto, os métodos contraceptivos, as várias técnicas de reprodução artificial e o drama da eutanásia.Podemos acrescentar vários outros como os vícios, as guerras, as diversas formas de violência, o tráfico humano, dentre outros.

Em todos eles está uma raiz enganosa: em nome de uma falsa liberdade, o homem se crê o senhor da vida, achando que lhe pertence o direito de decidir quem vive. E se vemos mais a fundo existe uma raiz pecaminosa e egoísta por trás, onde o bem estar pessoal está acima de tudo. O Papa João Paulo II deixa muito claro que todo aquele que oprime e tira a vida em nome de uma “liberdade”, na verdade é um escravo:

“Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade: 'Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado' (Jo 8, 34).” (S. João Paulo II, Evangelium Vitae, 20)

Ajudados por Maria, promovamos a vida!

“Quem esteve a acolher 'a vida' em nome e proveito de todos, foi Maria, a Virgem Mãe, a qual, por isso mesmo, mantém laços pessoais estreitíssimos com o Evangelho da vida” (S. João Paulo II, Evangelium Vitae, 102).

Desde o sim generoso na Anunciação, Maria segue exercendo a sua maternidade e cuidando do seu Filho e de todos nós. Ela quer que todos tenham a vida em abundância, aquela trazida por seu Filho: “Ela é verdadeiramente a Mãe da Vida que faz viver todos os homens; ao gerar a Vida, gerou de certo modo todos aqueles que haviam de viver dessa Vida” (S. João Paulo II, Evangelium Vitae, 102).

Maria é definida pelo Papa João Paulo II como o modelo incomparável de acolhimento e cuidado da vida.

Peçamos a intercessão da Mãe Aparecida por toda a vida humana. Que nos ajude a sermos sempre promotores da vida:

“Ó Maria, aurora do mundo novo, Mãe dos viventes, confiamo-Vos a causa da vida: olhai, Mãe, para o número sem fim de crianças a quem é impedido nascer, de pobres para quem se torna difícil viver, de homens e mulheres vítimas de inumana violência, de idosos e doentes assassinados pela indiferença ou por uma presunta compaixão. Fazei com que todos aqueles que crêem no vosso Filho saibam anunciar com desassombro e amor aos homens do nosso tempo o Evangelho da vida. Alcançai-lhes a graça de o acolher como um dom sempre novo, a alegria de o celebrar com gratidão em toda a sua existência, e a coragem para o testemunhar com laboriosa tenacidade, para construírem, juntamente com todos os homens de boa vontade, a civilização da verdade e do amor, para louvor e glória de Deus Criador e amante da vida.”

(S. João Paulo II, Evangelium Vitae, 105)
Ir. Gilberto Cunha. - See more at: http://www.catequisar.com.br/texto/maria/reflexao/41.htm#sthash.rDixKhny.dpuf

Caminho seguro

Senhor, quero percorrer sempre o caminho seguro do bem;
Quero amar e defender a verdade, cultivando a virtude; amando a todos indistintamente,
e fazer o bem sem esperar retribuição de espécie alguma.
Senhor quero me sentir feliz, dando tudo de mim para que os outros encontrem a felicidade.
Senhor, lembrar-me-ei sempre que a verdadeira luz
É aquela que vem de ti e me ilumina por dentro.
Creio que esta luz me fará ver o verdadeiro sentido da vida presente.
Quero usar o tempo de minha vida para amar e fazer o bem;
E, assim, eternizar a felicidade.
Frei Anselmo Fracasso, OFM

Por Maria a Jesus



São José Maria Escrivá
Um olhar sobre o mundo, um olhar sobre o Povo de Deus , neste mês de Maio que começa, faz-nos contemplar o espetáculo da devoção mariana que se manifesta em tantos costumes, antigos ou novos, mas vividos com um mesmo espírito de amor. Dá alegria verificar que a devoção à Virgem está sempre viva, despertando nas almas cristãs o impulso sobrenatural de se comportarem como domestici Dei, como membros da família de Deus.

Estou certo de que cada um de nós, ao ver nestes dias como tantos cristãos exprimem de mil formas diferentes o seu carinho pela Virgem Santa Maria, se sentirá também mais dentro da Igreja, mais irmão de todos os seus irmãos. É como uma reunião de família, em que os filhos já adultos, que a vida separou, voltam a encontrar-se junto de sua mãe por ocasião de uma festa. E se uma vez ou outra discutiram entre si e se trataram mal, naquele dia é diferente; naquele dia sentem-se unidos, reconhecem-se todos no afeto comum.

Maria edifica continuamente a Igreja, reúne-a, mantém-na coesa. É difícil ter uma devoção autêntica à Virgem e não sentir-se mais vinculado aos outros membros do Corpo Místico e mais unido à sua cabeça visível, o Papa. Por isso gosto de repetir: Omnes cum Petro ad Iesum per Mariam!, todos, com Pedro, a Jesus por Maria! E, ao reconhecermo-nos parte da Igreja e convidados a sentir-nos irmãos na fé, descobrimos mais profundamente a fraternidade que nos une a toda a humanidade: porque a Igreja foi enviada por Cristo a todos os homens e a todos os povos.

O que acabo de dizer é algo que já todos experimentamos, pois não nos têm faltado ocasiões de comprovar os efeitos sobrenaturais de uma sincera devoção à Virgem. Cada um poderia contar muitas coisas. E eu também. Vem agora à minha memória uma romaria que fiz em 1933, a uma ermida da Virgem em terra castelhana: a Sonsoles.

Não era uma romaria tal como se entende habitualmente. Não era ruidosa nem multitudinária: íamos apenas três pessoas. Respeito e amo essas outras manifestações públicas de piedade, mas pessoalmente prefiro tentar oferecer a Maria o mesmo carinho e o mesmo entusiasmo por meio de visitas pessoais ou em pequenos grupos, com sabor de intimidade.

Naquela romaria a Sonsoles, conheci a origem dessa invocação à Virgem, um detalhe sem muita importância, mas que é uma manifestação filial da gente daquela terra. A imagem de Nossa Senhora que se venera naquele lugar esteve escondida durante certo tempo, na época das lutas entre cristãos e muçulmanos na Espanha. Ao fim de alguns anos, foi encontrada por uns pastores que - segundo conta a tradição -, ao vê-la, exclamaram: Que olhos tão formosos! São sóis!*
(*): Em castelhano: Son soles (N. T.).

Desde aquele ano de 1933, em numerosas e habituais visitas a santuários de Nossa Senhora, tive ocasião de refletir e meditar sobre a realidade deste carinho de tantos cristãos pela Mãe de Jesus. E sempre pensei que esse carinho era uma correspondência de amor, uma prova de agradecimento filial. Porque Maria está muito unida a essa manifestação máxima do amor de Deus: a Encarnação do Verbo, que se fez homem como nós e carregou com as nossas misérias e pecados. Maria, fiel à missão divina para que foi criada, excedeu-se e excede-se continuamente no serviço aos homens, que foram chamados todos eles a ser irmãos de seu Filho Jesus. E assim a Mãe de Deus é também agora, realmente, a Mãe dos homens.

Assim é, porque assim o quis o Senhor. E o Espírito Santo dispôs que ficasse escrito, para conhecimento de todas as gerações: Estavam, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas, e Maria Madalena. E Jesus, vendo sua Mãe e, junto dela, o discípulo que Ele amava, disse à sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe. E a partir daquele momento, o discípulo a teve por Mãe.

João, o discípulo amado de Jesus, recebe Maria e introdu-la em sua casa, em sua vida. Os autores espirituais viram nessas palavras do Santo Evangelho um convite dirigido a todos os cristãos para que todos saibamos também introduzir Maria em nossas vidas. Em certo sentido, é um esclarecimento quase supérfluo, porque Maria quer sem dúvida que a invoquemos, que nos aproximemos dEla com confiança, que recorramos à sua maternidade, pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe.

Mas é uma mãe que não se faz rogar, que até se antecipa às nossas súplicas, porque conhece as nossas necessidades e vem prontamente em nosso auxílio, demonstrando com obras que se lembra constantemente de seus filhos. Cada um de nós, ao evocar a sua própria vida e ao ver como nela se manifesta a misericórdia divina, pode descobrir mil motivos para se sentir de um modo muito especial filho de Maria.

Os textos das Sagradas Escrituras que nos falam de Nossa Senhora mostram-nos precisamente como a Mãe de Jesus acompanha seu Filho passo a passo, associando-se à sua missão redentora, alegrando-se e sofrendo com Ele, amando aqueles a quem Jesus ama, ocupando-se com solicitude maternal de todos os que estão ao seu lado.

Pensemos, por exemplo, no relato das bodas de Caná. Entre tantos convidados de uma dessas ruidosas bodas do meio rural, a que comparecem pessoas de vários povoados, Maria percebe que falta vinho. Só Ela o percebe, e sem demora. Como se nos revelam familiares as cenas da vida de Cristo! Porque a grandeza de Deus convive com as coisas normais e comuns. É próprio de uma mulher e de uma solícita dona de casa notar um descuido, prestar atenção a esses pequenos detalhes que tornam agradável a existência humana: e foi assim que Maria se comportou.

Reparemos também que é João quem relata o episódio de Caná: é o único evangelista que registra esse gesto de solicitude maternal. São João quer recordar-nos que Maria esteve presente no começo da vida pública do Senhor, e com isso demonstra que soube aprofundar na importância da presença da Senhora. Jesus sabia a quem confiava sua Mãe: a um discípulo que a amara, que aprendera a querer-lhe como à sua própria mãe e que era capaz de entendê-la.

Relembremos agora os dias que se seguiram à Ascensão, na expectativa do Pentecostes. Os discípulos, cheios de fé pelo triunfo de Cristo ressuscitado, e ansiosos ante a promessa do Espírito Santo, querem sentir-se unidos, e vamos encontrá-los cum Maria, Matre Iesu, com Maria, a Mãe de Jesus. A oração dos discípulos acompanha a oração de Maria; era a oração de uma família unida.

Desta vez, quem nos transmite esse dado é São Lucas, o evangelista que mais longamente narrou a infância de Jesus. É como se quisesse dar-nos a entender que, assim como Maria teve um papel primordial na Encarnação do Verbo, de modo análogo esteve também presente nas origens da Igreja, que é o Corpo de Cristo.

Desde o primeiro momento da vida da Igreja, todos os cristãos que têm procurado o amor de Deus - esse amor que se nos revela e se faz carne em Jesus Cristo - encontraram-se com a Virgem e experimentaram de maneiras muito diferentes o seu desvelo maternal. A Virgem Santíssima pode chamar-se verdadeiramente Mãe de todos os cristãos. Santo Agostinho disse-o com palavras claras: Cooperou com a sua caridade para que nascessem na Igreja os fiéis, membros daquela cabeça de que Ela é efetivamente Mãe segundo o corpo.

Não é, pois, de estranhar que um dos testemunhos mais antigos da devoção a Maria seja precisamente uma oração cheia de confiança. Refiro-me a uma antífona composta há séculos e que ainda hoje continuamos a repetir: À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as súplicas que em nossas necessidades vos dirigimos, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Surge assim em nós, de forma espontânea e natural, o desejo de procurarmos a intimidade com a Mãe de Deus, que é também nossa Mãe; de convivermos com Ela como se convive com uma pessoa viva, já que sobre Ela não triunfou a morte, antes está em corpo e alma junto de Deus Pai, junto de seu Filho, junto do Espírito Santo.

Para compreendermos o papel que Maria desempenha na vida cristã, para nos sentirmos atraídos por Ela, para desejarmos a sua amável companhia com afeto filial, não necessitamos de grandes investigações, embora o mistério da Maternidade divina tenha uma riqueza de conteúdo que nunca aprofundaremos bastante.

A fé católica soube reconhecer em Maria um sinal privilegiado do amor de Deus. Deus nos chama, já agora, seus amigos; sua graça atua em nós, regenera-nos do pecado, dá-nos forças para que, no meio das fraquezas próprias de quem ainda é pó e miséria, possamos refletir de algum modo o rosto de Cristo. Não somos meros náufragos a quem Deus tenha prometido salvar, porque a salvação se realiza desde já em nós. A nossa relação com Deus não é a de um cego que anseia pela luz enquanto geme entre as angústias da escuridão; é a de um filho que se sabe amado por seu Pai.

Dessa cordialidade, dessa confiança, dessa segurança nos fala Maria. Por isso o seu nome chega tão direto ao coração. A relação de cada um de nós com a sua própria mãe pode servir-nos de modelo e de pauta para o nosso relacionamento com a Senhora do Doce Nome, Maria. Temos que amar a Deus com o mesmo coração com que amamos nossos pais, nossos irmãos, os outros membros da família, nossos amigos ou amigas: não temos outro coração. E com esse mesmo coração temos que procurar a intimidade com Maria.

Como se comporta um filho ou uma filha normal com sua mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que em cada caso fluirá por condutos nascidos da própria vida, e que nunca são uma coisa fria, mas costumes íntimos de lar, pequenos detalhes diários que o filho precisa ter com sua mãe e de que a mãe sente falta se alguma vez o filho os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair de casa ou ao voltar, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas...

Em nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial que são os moldes do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos adotam o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar - não são precisas palavras, basta o pensamento - as imagens de Maria que se encontram em todo o lar cristão ou adornam as ruas de tantas cidades; ou vivem essa maravilhosa oração que é o terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os namorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então acostumam-se a dedicar à Senhora um dia da semana - precisamente este em que agora estamos reunidos: o sábado -, oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais especialmente na sua maternidade.

Há muitas outras devoções marianas que não é necessário recordar neste momento. Não se trata de introduzi-las todas na vida de cada cristão - crescer na vida sobrenatural é muito diferente de um simples ir amontoando devoções -, mas devo afirmar, ao mesmo tempo, que não possui a plenitude da fé cristã quem não vive algumas delas, quem não manifesta de algum modo o seu amor por Maria.

Os que consideram ultrapassadas as devoções à Santíssima Virgem dão sinais de terem perdido o profundo sentido cristão que elas encerram, e de terem esquecido a fonte de que nascem: a fé na vontade salvífica de Deus Pai; o amor a Deus Filho, que se fez realmente homem e nasceu de uma mulher; a confiança em Deus Espírito Santo, que nos santifica com a sua graça. Foi Deus quem nos deu Maria: não temos o direito de rejeitá-la, antes pelo contrário, devemos recorrer a Ela com amor e com alegria de filhos.

Consideremos atentamente este aspecto. Pode ajudar-nos a compreender coisas muito importantes, já que o mistério de Maria nos faz ver que, para nos aproximarmos de Deus, temos que nos tornar pequenos. Em verdade vos digo - exclamou o Senhor, dirigindo-se aos seus discípulos -, se não vos fizerdes como crianças, não entrareis no reino dos céus.
Continue lendo...

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Doce Caçador

"Quando o doce Caçador
Me atingiu com sua seta,
Nos meigos braços do Amor
Minh’alma aninhou-se, quieta.
E a vida em outra, seleta,
Totalmente se há trocado:
Meu Amado é para mim,
E eu sou para o meu Amado.”

Sta. Teresa de Jesus



https://www.facebook.com/ValeDeLagrimas/photos/pb.265092166924150.-2207520000.1433464721./620254998074530/?type=3&permPage=1

Origem da “Salve Rainha”

Origem da “Salve Rainha”: hino da Primeira Cruzada completado por São Bernardo

Quantas vezes dos lábios piedosos a todo momento, um pouco por toda parte, se levanta ao Céu a oração Salve Rainha! Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, Salve, etc., etc.


Mas, quantos sabem qual é a sua origem? Sabem que foi composta especificamente como um canto de guerra para os Cruzados?



Pois bem, eis a origem dela.



Ela é atribuída ao bispo de Puy, Dom Adhemar de Monteuil, membro do Concílio de Clermont, onde foi resolvida a primeira Cruzada.



Adhemar participou da Cruzada na qualidade de legado apostólico e compôs a Salve Rainha, ouSalve Regina em latim, para que se tornasse o canto de guerra dos cruzados.



A princípio, a antífona acabava por estas palavras:nobis post hoc exilium ostende.




A tríplice invocação que a termina presentemente foi acrescentada por São Bernardo, e merece ser narrado como se fez.


Na véspera do Natal do ano de 1146, São Bernardo, mandado para a Alemanha como legado do Papa, fazia sua entrada solene na cidade de Spira, depois de uma viagem memorável na qual os milagres foram numerosos.



O bispo, o clero, os cidadãos todos, com grande pompa vieram ao encontro do santo.



Conduziram-no, ao toque dos sinos e dos cânticos sagrados, através da cidade até a porta da capital.



Ali, o imperador e os príncipes germânicos o receberam com todas as honras devidas ao legado do Papa.



Enquanto o cortejo penetrava no recinto sagrado, o coro cantou a Salve Rainha, antífona predileta do piedoso abade de Claraval.



Bernardo, conduzido pelo imperador em pessoa e rodeado da multidão do povo, ficou profundamente comovido com o espetáculo que presenciara.



Acabado o canto, prostrando-se três vezes, Bernardo acrescentou de cada vez uma das aclamações, enquanto caminhava para o altar sobre o qual brilhava a imagem de Maria: O clemens! O Pia! O dulcis Virgo Maria! — Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!



(Fonte: “Maria ensinada à mocidade”, Livraria Francisco Alves, Rio, 1915)

http://oracoesemilagresmedievais.blogspot.com.br/2010/01/origem-da-salve-rainha-hino-da-primeira.html

Livra do peso dos nossos pecados.

  Afrouxa os laços de nossas impiedades e nos livra do peso dos nossos pecados. Tem piedade de mim, ó Senhora, e cura minha doença. Tira a a...