Em
um primeiro momento
o
silêncio é pura privação
carência,
vácuo desconfortável.
Arrancar-se
de atividades e pessoas
que
preenchiam
o
silêncio se percebe
como
inútil, aborrecido,
perda
de tempo.
Cheio
do eco confuso
das
coisas deixadas para trás
é
exigência de companhia,
de
atividades.
Se
se ultrapassa este momento,
o
silêncio se faz palavra.
Os
fantasmas escondidos
começam
a sair à luz
e
a gritar suas exigências.
Antes
trabalhavam na clandestinidade,
mascarados
nas atividades,
projetos
e pessoas,
e
passavam desapercebidos.
Mas
também a vida desafiada
começa
a brotar mais firme,
mais
profunda, e nos surpreende
A
profundidade ignorada
que
surge de nós mesmos,
desde
nossa abertura ao infinito.
O
silêncio se transforma em luta
corpo
a corpo
entre
os fantasmas
com
seu exército de medos
e
as exigências novas
de
uma liberdade inesgotável.
O
silêncio é tenso,
implacável,
decisivo.
Na
luta algo de mim morre,
algo
volta a ser clandestino,
algo
novo se afirma
marcado
ainda pelos traços da agonia.
O
silêncio se cristalizou
em
um gesto de repouso sábio,
feito
de certezas infinitas,
de
vida recém nascida.
O
silêncio se revelou uma presença,
sereno
estar em uma companhia,
que
me abre o espaço
de
seu amor discreto
onde
se faz consistente minha harmonia.
O
silêncio se faz silêncio pleno,
confiado,
alegre,
se
faz repouso estreado
|
Ave Maria, Virgem Poderosa, Imaculada Conceição, Rainha das vitórias, que as Vossas Lágrimas de sangue destruam as forças do inferno. Que assim seja!
terça-feira, 19 de março de 2013
Silêncio
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