Assim é a palavra de Jesus: Ele constrói, mas ao mesmo tempo destrói tudo aquilo que não tem consistência, aquilo que deve cair, aquilo que é vaidade; e deixa em pé somente a verdade.
João Batista tinha dito a respeito de Jesus: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Lc 3,16),
prenunciando o batismo cristão, inaugurado no dia de Pentecostes com a efusão do Espírito Santo e a aparição de línguas de fogo (cf At 2,3).
Portanto, é esta a missão de Jesus: lançar o fogo sobre a terra, trazer o Espírito Santo com a sua força renovadora e purificadora.
"Fogo eu vim lançar sobra a terra, e como gostaria que já estivesse aceso"
Jesus nos doa o Espírito. Mas de que modo age o Espírito Santo?
Ele age derramando em nós o amor, aquele amor que, conforme seu desejo, devemos manter aceso em nossos corações.
E como é esse amor?
Não é um amor terreno, limitado; é um amor segundo o Evangelho. É universal como o amor do Pai Celeste, que manda a chuva e o sol para todos, para os bons e os maus, inclusive para os inimigos
(cf Mateus 5,44-45).
É um amor que não espera nada dos outros, mas que toma sempre a iniciativa, que é o primeiro a amar.
É um amor que "se faz um" com toda e qualquer pessoa: partilha com ela seu sofrimento, sua alegria, suas preocupações, suas esperanças. E faz isso concretamente, com fatos, quando se apresenta a ocasião.
Portanto, não é um amor simplesmente sentimental, não é feito só de palavras.
É um amor que nos faz amar Cristo no irmão e na irmã, porque nos faz lembrar aquelas palavras Dele: "...a mim o fizestes" (Mt 25,40).
É ainda, um amor que tende à reciprocidade, que busca realizar com os outros o amor mútuo.
É este amor que, sendo expressão visível, concreta da nossa vida pautada pelo Evangelho, reforça e confirma nossa palavra que, depois, poderemos e deveremos oferecer para evangelizar.
"Fogo eu vim lançar sobra a terra, e como gostaria que já estivesse aceso"
O amor é como fogo: o importante é que permaneça aceso. E, para que isso aconteça, é preciso sempre queimar alguma coisa. A começar pelo nosso "eu" egoísta. E nós o conseguimos porque, quando amamos, estamos completamente projetados no outro; ou em Deus, cumprindo a sua vontade, ou no próximo, ajudando-o.
Um fogo aceso, ainda pequeno, se for alimentado, pode tornar-se um grnde incêndio. Aquele incêndio de amor, de paz, de fraternidade universal que Jesus trouxe a terra.
CHIARA LUBICH
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