quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dimensões da maternidade de Maria

Tem-se afirmado com muita freqüência que o Evangelho mariano por excelência é o de São Lucas. Nele, com efeito, encontramos a maior parte das informações que possuímos sobre a infância e a vida oculta de Cristo. No entanto, parece que não falta razão aos que, sem diminuírem em nada o valor ímpar das passagens marianas de São Lucas, pensam que é o Evangelho de São
João que penetra com maior profundidade no mistério de Maria.
No Evangelho de João, não encontramos nenhuma referência – a não ser muito indireta – às primeiras etapas da vida de Cristo. Após elevar-se, no prólogo, até às alturas da contemplação do mistério de Deus feito homem, João passa logo em seguida a narrar episódios da vida pública do Senhor. Que nos diz acerca de Maria?
Se prestarmos atenção, perceberemos que as contadas referências que João faz à Virgem Santíssima não são, primordialmente, narrações de passagens da “vida de Maria”. João focaliza
Maria apenas em alguns momentos de grande significação em que Ela está presente na missão de Jesus. Descreve esses momentos – esses fatos – no estilo sóbrio e objetivo que caracteriza todos os
Evangelhos, mas a sua narração, sem dúvida alguma, vai além dos fatos: capta e transmite-nos uma “mensagem”.
Percebe-se, nesses textos do seu Evangelho, que João compreendeu – e quer fazer entender aos seus leitores – a importância atribuída por Deus à colaboração de Maria nas etapas mais decisivas da missão salvadora de Cristo. São aqueles três anos em que Jesus se volta – e é da maior relevância atentar para isto – de maneira direta e total para os homens necessitados de salvação:
anunciando-lhes que se completou o tempo e o Reino de Deus está próximo (Mc 1, 15), atraindo-os para a luz da Verdade e entregando-se na Cruz para o seu resgate.
Duas importantes cenas marianas emolduram, como intensos pontos de luz, o começo e o final da vida pública de Cristo no Evangelho de São João: o milagre das bodas de Caná, e as palavras dirigidas por Jesus a Maria e ao discípulo amado do alto da Cruz.
Antes de focalizarmos com algum vagar essas cenas, podemos adiantar que é a partir do início da vida pública que vemos desvendar-se com a maior clareza uma especial “dimensão” da maternidade de Maria. Até o fim da vida oculta, essa maternidade concentrava-se primordialmente – quase exclusivamente – no Filho, em Jesus. Mal começa a vida pública, porém, contemplamos
essa maternidade alargando-se, abrindo-se para os homens que Jesus veio salvar. Vai-se revelando assim mais plenamente a maternidade espiritual de Nossa Senhora em relação a todos e cada um dos homens
[NOTA DE REFERÊNCIA: Enc. Redemptoris Mater, n. 21;]. As duas passagens-chave de São João, antes citadas, projetam esclarecimentos decisivos sobre esta dimensão da maternidade de Nossa Senhora.


Pe. Francisco Faus - Maria a Mãe de Jesus

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Livra do peso dos nossos pecados.

  Afrouxa os laços de nossas impiedades e nos livra do peso dos nossos pecados. Tem piedade de mim, ó Senhora, e cura minha doença. Tira a a...