
Caía a noite.
Em sua celazinha cheia de sombra, S. Catarina de Sena pensava na festa que terminava.
Via os estandartes agitados pelos jovens; via a multidão apinhada no campo sob o sol de verão, os palcos repletos de luxuosas damas.
Naquele momento começou o demônio a testá-la:
“Também tu, Catarina, poderias estar com eles.
Por que cortaste teus cabelos louros, por que trazes o cilício sobre o teu corpo delicado, por que queres fazer-te religiosa?
Olha este vestido, não é mais lindo que o místico hábito claustral?”
Na dúbia claridade da noite, a Santa julgou ver diante de si um jovem que lhe apresentava um rico vestido feito de pétalas de rosas.
Enquanto Catarina estava como que suspensa, apareceu-lhe Maria Santíssima.
Como o tentador, também ela trazia nos braços um esplêndido vestido bordado a ouro e pérolas, radiante de pedras preciosas.
Deves saber, minha filha, disse a Mãe de Jesus com voz dulcíssima, que os vestidos tecidos por mim no coração de meu Filho, morto por ti;
São mais preciosos que qualquer outro vestido trabalhado por outras mãos que não as minhas.
Então Catarina, ardendo em desejo de possuí-lo e tremendo de humildade, inclinou a cabeça e a Virgem vestiu-a com a túnica celestial.
O demônio apresenta-se às almas com seu vestido de rosas e prazeres carnais; Maria, ao contrário, com seu vestido de pureza e santidade.
Dai preferência a este último; somente com ele podereis entrar no Céu.
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Fonte: osegredorosario.blogspot ALVES, Pe. Francisco. Tesouros de Exemplos. 2a ed. Editora Vozes: Petrópolis, 1958.
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