sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A MINHA FÉ

Você já se fez a seguinte pergunta: Em que se fundamenta a minha fé? A minha fé está solidificada em que? Pode ser que várias pessoas possam passar a vida sem sequer se dar conta do que realmente crê.
Neste post quero falar deste assunto, não com base em alguma pesquisa, mas com uma reflexão da minha vivência como católico. E gostaria de fazer esta reflexão junto com você. Espero que ao fim deste post você possa ao menos tentar responder esta pergunta: A MINHA FÉ ESTÁ FUNDAMENTADA?
Então com base nesta reflexão pessoal quero discutir com você três dimensões sobre a fé. Em se tratando de fé como elemento daquilo que se crê. Este três elementos que podem basear de forma subjetiva a fé, classifico como:
Bem, como disse anteriormente este post é descrito por uma reflexão pessoal não tendo um aprofundamento por algum tipo de pesquisa. No entanto, acredito que por meio destes elementos, podemos responder como a minha fé pode ser construída.
Então, após analisarmos estas três dimensões propostas, podemos ir e ajudar a responder a seguinte questão, a minha fé está alicerçada em que?

A FÉ

Veremos a fé do ponto de vista religioso, pois é neste sentido que nos interessa. Agora vejamos uma das mais sublimes definições sobre a fé, encontrada na carta Paulina aos Hebreus:
A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. (Hb 11, 1).
Mas também não podemos ignorar que a fé também é uma graça concedida por Deus, conforme podemos ver na carta aos Efésios:

Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. (Ef. 2,8)

Por meio desta afirmação na Sagrada Escritura podemos perceber que CRER em algo que está teoricamente longe dos sentidos é uma certeza para os que tem fé. Esta pode ser a minha fé, como também a sua.
No entanto ao olharmos para o cenário do mundo moderno, podemos perceber o quanto o indiferentismo se opõe a esta certeza, as pessoas querem provas. E por muitas vezes, mesmo as tendo, não é suficiente. E é aqui que cabe esta discussão. E lanço outro desafio a você, e pergunte: Porque minha fé deve ser questionada? E se você responder esta pergunta entenderá que tipo de fé é a sua.
No entanto, sendo a minha fé ou a sua algo que é fortificado pela esperança e um dom gratuito por Deus, porque questiona-la? E a resposta é, para que se possa DEFENDE-LA.

E na defesa de uma fé fundamentada, alicerçada em fatos e não em boatos é que podemos melhor testemunhar Jesus Cristo e sua Igreja e para a Igreja.


A FÉ POR HERANÇA

Eu chamo de fé por herança, aquela que recebemos de nossos pais, desde criança, onde somos levados até o Batismo, talvez à Eucaristia. E quem sabe até o Sacramento da Crisma. E este ultimo, muitas vezes parece ser a carta de despedida para o compromisso para com a comunidade católica, a confirmação do Batismo para alguns adolescentes ou jovens parece ser uma ruptura com a catequese e a Igreja.
A fé por herança, é aquela que por muitas vezes, por uma obrigação social e não de uma fé esclarecida, realiza preceitos da fé católica, sem compromisso algum, porque a fé herdada dos pais, não veio de uma base catequética. E tão pouco, os catequistas conseguiram fazer com que esta pessoa conhecesse a Jesus Cristo. Pois parece que estão preocupados em levar números para as “filas sacramentais” sem saber se realmente o anuncio aconteceu.

Minha fé

Famílias que transmitem aos seus filhos uma fé de “cumprimento de rito” ou até mesmo por obrigação e imposição, não está também anunciando Jesus. Se não houver um real motivo fundamentado, os valores cristãos passam a ser apenas uma estória de conto de fadas.

No entanto, quando a fé herdada dos pais é acompanhada de um anuncio catequético, onde os pais e irmãos mostram seu zelo pela pessoa de Jesus Cristo e sua Igreja. Este tem maior chance de vivencia-la e experimentar um acontecimento único com a comunidade cristã. Porém, isto não exime o questionamento. Volto a dizer, o mundo moderno é um cardápio de sensações e experiencias que nos fazem esquecer até mesmo os momentos mais ricos na fé que foram vivenciados em um grupo familiar.


FÉ POR EMOÇÃO OU SENTIMENTAL 

Aqui considero a mais frágil, se minha fé é baseada em sentimentos e emoções corro grande risco de não crer. Não tenho intenção em ofender ou atacar qualquer que seja sua prática devocional na Igreja. Simplesmente quero que leve nestas linhas que se seguem, a questionar-se: a minha fé é baseada em que?
Já ouvi algumas vezes pessoa dizerem, hoje eu senti Deus ou pior, eu fui na missa e foi a mesma coisa que nada. E isto é triste, lamentável.
É triste porque esta pessoa, desculpe dizer, está procurando um Deus que sempre o faça sentir arrepios e solte lágrimas em encontros e Missas. Não estou dizendo que não devemos buscar conforto para nosso sofrimento. Volto a dizer que o questionamento aqui é sobre a fé, sua e minha fé. Se a minha fé está fundada em um sentimentalismo, onde eu necessito ouvir músicas cristãs melancólicas para sentir Deus. E quando vou a Missa, digo que “Hoje não senti Deus“. Desculpe, mas há algo de muito errado.

Fé por Emoção

Pessoas que muitas vezes fazem parte pastorais, rezavam o terço, faziam parte de movimentos da Mãe Peregrina e de repente, “Conheceu Jesus“. E agora fazem parte de algum outro grupo religioso. E então, como minha fé é vivenciada? E experimentada?
Quando algo drástico acontece na família, algo como um desemprego, o falecimento de um ente querido e isto passar a ser o fracasso da minha fé. Preciso analisar onde está o fundamento daquilo que cremos.
Nós temos mania de acharmos que pelo fatos de estarmos em uma comunidade, participando ativamente da Missa. Sendo agente pastoral ou de algum movimento, estamos imunes ao acontecimentos deste mundo. Achamos que somo privilegiados e quem sabe até superiores aos outros. Grande engano.

Uma fé, que espera somente por um Jesus “bonzinho” onde ele é apenas um modelo de dar e receber abraços, precisa conhecer com mais profundidade o Jesus que a Igreja crê e ensina.


FÉ POR MEIO DA RAZÃO OU CONHECIMENTO

Particularmente tenho este elemento da fé, primordial e essencial para uma fé solidificada. E ao mesmo tempo perigosa. Perigosa pois nem todos os elementos da fé podem ser explicados pela razão. E a Igreja também sabe disso e não esconde a verdade.
E este é sem dúvida o fundamento que devemos ter sobre nossa fé, a minha fé e a sua. A VERDADE.
Vamos refletir o que o catecismo sobre o DEPÓSITO DA FÉ:

O depósito da fé é confiado pelos Apóstolos a toda a Igreja. Todo o povo de Deus, mediante o sentido sobrenatural da fé, conduzido pelo Espírito Santo, e guiado pelo Magistério da Igreja, acolhe a Revelação divina, compreende-a cada vez mais e aplica-a à vida. (CIC 15)

O depósito da fé é tudo aquilo em que a Igreja crê e professa mediante a verdade revelada. Logo eu devemos ter conhecimento e saber, onde minha fé está depositada.
O que quer dizer GUIADO PELO MAGISTÉRIO? Quer dizer que a Igreja, fundamentada no ensinamento Apostólico, acolhe o seu sentido sobrenatural e COMPREENDE e após esta compreensão APLICA-A. E aplica de que forma? ENSINANDO.
Logo precisamos compreender o sentido da nossa fé mediante a verdade ensinada pela Igreja com relação do que se crê. Se minha fé é uma crença onde só espero aquilo que é fantástico, imediatista e por vezes secundária. Então tenho uma fé de “mercado”. Onde eu escolho no que irei basear minha fé. Irei escolher no que vou crer.
Mas a fé por meio da busca pela verdade é própria do ser humana e por pode ser um caminho a solidificar a fé pessoal.
A busca pela verdade é o sentido da fé. A fé que possui raízes no “achismo” e na falta de conhecimento tem a tendência de secar ao longo do tempo.
São João Paulo II em sua carta Apostólica Fides Et Ratio (Fé e Razão) explica que:

A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e,… (Fides Et Ratio)
Refletindo as palavras desta carta Apostólica, percebe-se que a Fé e Razão não precisa e nem devem estar separadas, ao contrário juntas possuem um elo sólido, forte para assegurar no que se crê. Embora não devamos estar ávidos para responder todas as perguntas, fazendo disso uma obsessão para justificar desmedidamente o sentido da fé.
Se minha fé é algo de questionamento obsessivos podemos mesmo perder o sentido do sobrenatural que a Igreja também faz parte.
São Tomás de Aquino diz uma célebre frase cantada em vários momentos de adoração,  acredito que pouco entendida:
Venha a Fé iluminar e completar o que falta nos sentidos para o entender (São Tomás de Aquino).
Logo, quando a ciência deste mundo não é suficiente para explicar tudo, fundamentar tudo e dar resposta a tudo a Fé passa a ser o elemento de sustento para todo o resto. Se minha fé for inquieta ao ponto de me tirar a paz nenhuma resposta é suficiente.
minha-fe-razao
A verdade é sempre algo que liberta, mas a busca dela de forma alguma deve ser algo que aprisiona:
Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará (S. João 832).
E a busca pela verdade também deve ser algo libertador. Se as respostas ou a busca pelas respostas onde justifico minha fé é uma prisão, então talvez eu esteja em um caminho que não irá me levar para lugar algum.
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A MINHA FÉ

Quando digo aqui, a minha fé, quero dizer de um modo que faça abrangência sobre a minha fé e a sua. E como falei anteriormente este post sobre este tema é com base apenas em minha experiência de vida. Sendo assim você tem todo o direito de questionar. E isso é bom.
Bem, para você responder a questão de como é fundamenta a minha fé (sua), não existe outra maneira a não ser em uma reflexão profunda em si mesmo.
Acredito que a construção da fé, também possa passar por estas três fazes, ou até mesmo outras ou mais fazes. Mas o que não podemos é estacionar em uma delas, e assim sermos engolidos pelos caminhos oferecidos que nos levam ao esquecimento do Cristo anunciado.
Podemos em cada etapa da vida ter vivenciado cada uma destas etapa ao longo de nossa caminhada. No entanto, acredito que em proporção, a RAZÃO, possa nos dar luz no caminha da construção da fé. Mas atentos aos perigos que a ela também o cerca.
Se minha fé é construída com um base firme, então estou atento a atender as necessidades no campo da catequese e evangelização. Quando minha fé não transmite no que eu creio de fato, ela passa a ser algo simples e ritualística, caindo no perigo de simplificar a Igreja e a própria fé que temos nela.
Ter fé
Observando a imagem acima, e mediante esta reflexão, tente responder agora, como é a minha fé? Em que se baseia e fundamenta minha fé e como eu a partilho com meus irmãos.
A minha fé é somente cumprimento de preceitos e ritos? A minha fé busca a verdade ou está acomodada? Este modelo que apresentei, não é absoluto, e volto a dizer é de uma reflexão pessoal, onde acredito estarmos
O sentido da fé pode ser uma busca, mas que deve ser compreendida e entendida. Quando chegamos a nos questionar sobre nossa própria fé, acredito que possa ser algo saudável. No entanto devemos ir na fonte para saber e responder: No que consiste a minha fé.
Um outro grande teólogo da Igreja, Santo Agostinho diz: Credo ut intelligam, creio para entender;fides quaerens intelectum, a fé que procura a inteligência.

http://www.catequesedoleigo.com.br/2015/06/a-minha-fe.html

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