segunda-feira, 24 de junho de 2013

São Luís de Montfort: o Apóstolo da Cruz


Por
Ivone Fedeli, Montfort.org.br

Luís Maria Grignon, de Montfort, nasceu e viveu na França do século XVII. Numa França impregnada pela doutrina jansenista,
a qual, crendo na predestinação, apresentava aos fiéis um Deus tirânico e sem misericórdia. Diante do qual o homem só podia
temer e tremer. Uma doutrina que, a pretexto do respeito pela Eucaristia, afastava as almas da comunhão. Que a pretexto de
não ofuscar a glória de Deus, distanciava os homens da Mãe de Deus. Os defensores dessa heresia serão os mais cruéis perseguidores de Montfort, e ele será um de seus maiores inimigos
.
Desde o seminário, sua piedade, seu zelo e suas penitências suscitam contra ele invejas e inimizades. Ordenado aos vinte e sete anos, seu superior o envia para Nantes, onde passa a viver em uma comunidade sacerdotal, da qual todos os membros serão condenados mais tarde como jansenistas, morrendo impenitentes. Era natural que São Luís se opusesse a tal ambiente, tendo manifestado seu desagrado a seu superior.
Sua sinceridade não foi, ao que parece, apreciada. Removido para um hospital em Poitiers, acaba por ser expulso não só do hospital, mas também da diocese.
Após inúmeros sofrimentos, perseguições, expulsões, idas e vindas, resolve ir a Roma, pedir ao Papa permissão para trabalhar nas missões de além-mar, uma vez que na França parecia-lhe impossível continuar o apostolado.
Faz a pé a viagem até Roma, sendo recebido pelo Soberano Pontífice. Esse lhe ordena que permaneça na França, onde seu zelo seria muito necessário, concedendo-lhe para tanto o título de missionário apostólico.
Daí em diante, até quase o fim de sua vida, as perseguições dos jansenistas serão cada vez mais constantes e violentas.
Conseguindo sempre conversões numerosas e duradouras, seguido por multidões que atraía com sua palavra comovedora mas profunda, simples mas imbatível, Montfort será expulso de paróquia em paróquia, de diocese em diocese.
Após ter fundado três congregações religiosas, morre aos 43 anos. Dez mil pessoas quiseram venerar seu corpo.
Beatificado por Leão XIII em 1888, São Luis de Montfort foi canonizado por Pio XII em 20.7.47.
Quando se conhece em detalhe a vida de São Luís, não se pode deixar de admirar a \"santa loucura da cruz\" que o dominava.
Toda a sua existência se passa entre mortificações e perseguições de todos os tipos, e ele considerava isso o maior de todos os bens.
A seu amigo Blain, que o censura, culpando-o pelas perseguições que sofre, responde:
"Dais-me como exemplo pessoas muito prudentes e de grande virtude a quem ninguém pensa em censurar. Mas há duas espécies de prudência: a própria dos cristãos que vivem em sociedade, e outra que vai melhor aos missionários e homens apostólicos. Os primeiros, para proceder prudentemente, só têm que observar as regras e costumes de
uma casa santa; os outros vêem-se freqüentemente obrigados a desprezar a própria glória para buscar a de Deus, e, para isso, têm que lançar-se em mais de uma empresa que choca e até escandaliza. Não é de estranhar que se deixe em paz aos primeiros e se ataque os segundos. Quando os homens de ação são bem acolhidos pelo mundo é
sinal de que o inferno não os teme. Se a prudência consistisse simplesmente em não dar que falar, os apóstolos não precisariam ter saído de Jerusalém, nem São Paulo teria sido obrigado a fazer tantas viagens, nem São Pedro por que fincar a cruz no Capitólio. Com uma prudência assim não se teria sobressaltado a Sinagoga, mas também não se teria conquistado o mundo".

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