sexta-feira, 26 de julho de 2019

Reconstruindo o rosto de Maria Madalena



Pesquisadores reproduzem o rosto de Madalena, baseados em relíquias da Basílica de Maria Madalena na França O esforço conjunto de um artista e de um cientista produziu imagens de um rosto daquela que poderia ter sido Maria Madalena. A reconstrução facial em 3D foi realizada a partir de um crânio que muitos acreditam ser o verdadeiro crânio da santa, guardado na Basílica de Maria Madalena, em Saint-Maximin-La-Sainte-Baume, na França. O local de descanso das relíquias está ligado a uma das histórias sobre o que teria acontecido com Maria Madalena depois da ressurreição de Jesus. Em um relato medieval francês, ela viaja de barco para o sul da França para pregar o Evangelho de Jesus. Lá, segundo a lenda, ela termina seus dias como eremita em uma caverna, sustentada apenas pela Sagrada Comunhão trazida a ela pelos anjos. Mais tarde, peregrinos construíram uma igreja sobre seu local de descanso. Philippe Charlier, antropólogo da Universidade de Versalhes, e Philippe Froesch, um artista forense visual, conseguiram criar um modelo digital do crânio baseado em 500 fotos da relíquia. Eles disseram que o crânio estava em tão boa condição que não tiveram problemas em determinar a posição do nariz, olhos e boca. Sarah Gibbens, da National Geographic, relata que, a partir dos estudos, eles descobriram que o crânio pertencia a uma mulher por volta dos 50 anos, de ascendência mediterrânea. Eles foram capazes de preencher as características faciais com base nesses indicadores, bem como os contornos naturais do crânio. A cor do cabelo baseou-se nos fios de cabelo que ainda permanecem na relíquia, e a cor da pele foi escolhida a partir de uma lista de tons mais comuns da região do Mediterrâneo. Volume e expressão facial, no entanto, foram deixados ao critério de Charlier e Froesch. Para aqueles que acreditam que o crânio é genuíno, a imagem produzida pelos dois pesquisadores oferece informações valiosas sobre as narrativas bíblicas. No entanto, Charlier observa que o crânio pode não ser o de Madalena. “Não temos certeza de que este seja o verdadeiro crânio de Maria Madalena”, disse Charlier à Net Geo, acrescentando: “mas era muito importante trazê-lo à luz”. A história dos vestígios guardados na Basílica de Saint-Maximin-La-Sainte-Baume remonta ao século XIII, quando circulavam rumores sobre a autenticidade da relíquia. No entanto, deve-se notar que há pelo menos cinco outros conjuntos de restos mortais que supostamente pertenceriam a Maria Madalena. Charlier expressou o desejo de trabalhar com o crânio fora de seu relicário, para que ele possa datá-lo e fazer uma análise de DNA; no entanto, esse teste envolve a remoção de peças da relíquia, o que tem sido sido historicamente rejeitado pela Igreja Católica. Independentemente de a Igreja decidir conceder-lhes maior acesso ao crânio, os pesquisadores declararam que gostariam de continuar o trabalho de reconstrução a partir do restante dos restos, a fim de dar uma representação de corpo inteiro de como Maria Madalena poderia ter sido.

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