terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Os benefícios do jejum e da abstinência de carne para a saúde



A recomendação quaresmal da Igreja é realmente saudável?

Na Quaresma, a Igreja recomenda que jejuemos na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, além de evitar comer carne toda sexta-feira. Mas essa recomendação é realmente benéfica para a saúde?
Para começar, falamos sobre dois termos diferentes: jejum e abstinência.

Os benefícios do jejum

Lembre-se de que o jejum recomendado pela Igreja é realizar apenas refeições frugais, para pessoas saudáveis ​​com mais de 18 anos e menos de 60 anos, e apenas nesses dois dias.
No entanto, existem fiéis que optam por um jejum radical que consiste em beber apenas água ou, no máximo, comer um pouco de pão, como forma de expressar sua religiosidade. Essa prática mais radical tem uma tradição antiga e está presente em quase todas as religiões.
Moisés e Jesus jejuaram por 40 dias, o Ramadã muçulmano evita comer qualquer coisa durante o dia por 30 dias. Mahatma Gandhi praticava jejum regularmente, para alguns exemplos.
Do ponto de vista médico, considera-se que jejuamos quando ingerimos menos de 300 calorias por dia e nos alimentamos apenas de líquidos.
Quando fazemos um jejum prolongado ou intermitente, voluntário e controlado, o corpo começa a consumir as suas reservas, o que pode ser uma prática muito saudável se for feita com bom senso, prudência e orientação médica.
Na maioria das sociedades ocidentais, comemos mais do que nosso corpo realmente precisa e isso produz não apenas obesidade, mas também uma sobrecarga de trabalho para nosso corpo. Quando nosso corpo não trabalha para digerir, ele se dedica à “limpeza” e isso é bom porque:
  • Elimina toxinas
  • Melhora o equilíbrio corporal
  • Ajuda a baixar o colesterol
  • Ajuda o sistema imunológico
Existem estudos que comprovam que o jejum pode ser bom para dores crônicas e doenças reumatológicas e inflamatórias.
Mas se as reservas acabarem, o corpo se desequilibra e isso começa a afetar alguns órgãos, como o fígado e os rins. É por isso que, se optarmos por um jejum radical por muitos dias, primeiro devemos ter certeza de que estamos saudáveis para isso, e depois ouvir o nosso corpo e começar a comer quando começarmos a sentir náuseas, dor de cabeça ou irritabilidade.

Os benefícios da retirada de carne

Lembre-se de que a Igreja recomenda apenas abster-se de carne às sextas-feiras durante a Quaresma, e nas sextas-feiras do resto do ano pode-se substituir essa abstinência por uma obra de piedade ou caridade.
No ano passado, a Organização Mundial da Saúde emitiu um relatório aconselhando a reduzir o consumo de carne vermelha como medida de prevenção do câncer colorretal. Este é o último de muitos relatórios e estudos que mostram que comer carne vermelha em excesso é prejudicial ao coração e à saúde.
No entanto, a carne fornece muitos nutrientes, como proteínas, ferro, vitaminas A e B, zinco e ácidos graxos essenciais. Por esse motivo, se decidirmos mudar para o vegetarianismo e parar de comer carne durante a Quaresma, devemos fazê-lo sob o acompanhamento de um bom nutricionista, que irá nos ensinar as porções e substituições adequadas.
O fato é que, nas sociedades ocidentais, costumamos comer carne em excesso, principalmente vermelha e processada, o que afeta substancialmente a formação de colesterol. Portanto, eliminar a carne de nossa dieta uma vez por semana, substituindo-a por proteínas de vegetais ou peixes, certamente trará benefícios para nossa saúde.

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Uma Quaresma frutífera começa aí, no seu coração

PRAYING

Não basta apenas fazer jejum, é preciso uma transformação íntima

AQuaresma é um tempo maravilhoso da Igreja, mas pode ser tentador fazer apenas coisas externas, como o jejum, sem olhar para o próprio coração para ver onde precisamos crescer. Embora não devamos negligenciar tais ações louváveis, tudo o que fazemos durante a Quaresma deve ser informado por um coração contrito.
São Cláudio Colombiere exortou seus seguidores a começar a Quaresma olhando para dentro deles:
“Vamos, então, aproveitar esta Quaresma para refletir sobre nossos pecados. Além dos motivos de tristeza que Jesus teve, temos a mesma tristeza e sofrimento de Jesus Cristo, e certamente esses devem nos inspirar com compaixão.”
É importante pensar regularmente sobre nossos pecados e falhas. Isso nos ajuda a manter uma perspectiva adequada da vida e a trabalhar zelosamente em nossos esforços para praticar a virtude, em vez do vício.
Colombiere reflete: ”
Meu pecado está sempre diante de mim. Que direito tenho de esperar que os homens me honrem, sendo que que desonro a Deus? É apenas dar a cada um o que é devido a ele; observei essa regra em relação a Deus?”
Ao mesmo tempo, não devemos deixar nossos pecados nos aleijarem em escrupulosidade. Precisamos encontrar um equilíbrio saudável entre o autoconhecimento e uma crença firme na misericórdia de Deus. Ele pode limpar todos os nossos pecados e nos ajudar a começar de novo. Isso é feito de maneira mais poderosa através do sacramento da Confissão.
Uma maneira eficaz de nos lembrarmos de nossos pecados e nos arrependermos arrepender deles é refletirmos diariamente sobre os sofrimentos de Jesus Cristo. Ele carregou a cruz por nossa causa e suportou o peso de nossos pecados. Seu amor por nós deve ser motivação suficiente para mudar nossos caminhos e segui-lo.
Como exortação final, Colombiere nos convida a uma renovação interior:
“Esforcemo-nos para que esta Quaresma excite em nós os verdadeiros sentimentos de penitência. Vamos manter sempre diante de nossos olhos o que Jesus sofreu por nossos pecados”. 

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Jardim Místico de Veneza é baseado nas visões de uma santa católica

SAINT TERESA OF AVILA

Carmelitas em Veneza criaram um jardim que exibe a jornada das almas católicas descrita pela mística espanhola Santa Teresa d’Ávila em 1588

Santa Teresa d’Ávila é uma das mais importantes santas do catolicismo. Nascida nobre espanhola, essa irmã carmelita fundou o mosteiro de São José em Ávila, Espanha, e compilou uma série de textos que se tornaram um item básico da literatura católica.
Seu trabalho mais importante, concluído em 1588, é intitulado O Castelo Interior e fornece ideias imaginativas sobre como levar uma vida gratificante em comunhão com Deus.
Santa Teresa de Jesus, como é frequentemente chamada, imaginou nossa alma como um diamante em forma de castelo, contendo sete casas ou moradas, cada uma representando um passo na jornada que leva à total união com Deus.

Um jardim de mosteiro baseado na visão de uma santa

Hoje, você pode visitar um lugar que realmente transformou essa alegoria literária em realidade. A Ordem dos Frades Carmelitas em Veneza, Itália, criou um “Jardim Místico” com sete canteiros de flores, cada um representando uma das mansões do Castelo Interior de Santa Teresa.
A Ordem Carmelita foi fundada em 1200 perto do Monte Carmelo, na Palestina. Os primeiros frades carmelitas escaparam da Terra Santa após uma invasão sarracena no século XIII e se estabeleceram na Europa continental.
Desde sua chegada a Veneza no século XVII, eles mantêm uma horta perto da Igreja de Santa Maria de Nazaré. Lá eles cultivaram vegetais e ervas medicinais usadas para fazer seu famoso remédio herbal chamado “Melissa”.
Em 2014, esse local foi reestruturado para reproduzir as sete moradas que Santa Teresa costumava aludir aos sete estágios que precisam ser integrados na jornada de uma alma para a total comunhão com Deus.

As sete moradas do castelo interior de Santa Teresa

A primeira morada no livro de Santa Teresa é dedicada ao “autoconhecimento” e à humildade, que podem ser alcançadas através da oração e da meditação. Os frades carmelitas em Veneza representavam essa “mansão” com um gramado simples e humilde.
A segunda morada da alma é dedicada à purificação que pode ser alcançada pela oração, conversas com boas pessoas, sermões e bons livros. No Jardim Místico de Veneza, isso é representado por ervas medicinais, que representam a purificação do corpo para alcançar a comunhão com Deus.
O terceiro canteiro de flores nos jardins abriga vegetais e representa um símbolo da capacidade desenvolvida de praticar a caridade, evitar pecados e ter cuidado com as palavras.
A quarta morada sinaliza uma mudança dos estágios ativos de oração, perseguidos nas três primeiras casas, para os estágios místicos da oração, onde os crentes podem experimentar a presença sobrenatural de Deus. Esta mudança é simbolizada por uma vinha com 17 fileiras de videiras. A maneira como as videiras podem ser transformadas em vinho é de fato uma reminiscência do poder sobrenatural da quarta morada.
O quinto canteiro de flores é dedicado às flores “antigas” e “perdidas”, uma referência aos “tesouros escondidos” que Santa Teresa descreveu na quinta morada do Castelo Interior, tesouros que podem ser alcançados pela contemplação passiva. A mística espanhola especificou que a maioria de suas irmãs carmelitas poderia alcançar este quinto estágio.
A sexta morada é, de acordo com Santa Teresa, o estágio em que os crentes passam de estágios iluminativos para estágios unitivos, os de comunhão com Deus. Aqui, os crentes podem experimentar esses episódios místicos, como visões e vozes típicas de grandes místicos, como Padre Pio e São Tomás de Aquino. No Jardim Místico, este estágio é representado por oliveiras que podem viver em condições muito duras por séculos, em comunhão com seu ambiente mais amplo.
A sétima e última morada é onde a alma finalmente se casa com Deus. Todas as três Pessoas Divinas da Trindade aparecem e falam à alma. Santa Teresa alcançou esse estado em sua vida e relata uma aparição detalhada de Jesus surgindo na sua frente. Este estágio é simbolizado por uma floresta, onde grandes árvores simbolizam a essência de Deus.
O Jardim Místico dos Carmelitas, em Veneza, fica logo atrás da principal estação ferroviária, em Cannaregio, 54 / A. Fica aberto todos os dias das 9:00 às 17:00

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Liberte-se das tentações com este plano de ação



São Francisco de Sales explica a melhor maneira de evitar cair em tentação

Muitas vezes, é difícil de nos libertarmos de um mau hábito que nos leva ao caminho escuro do pecado.
Todos os dias decidimos fazer melhor e, sinceramente, queremos melhorar nossas vidas, não é mesmo? Porém, sempre caímos e sempre cometemos pecado.
Como, então, podemos sair dessa rotina perigosa e entrar na liberdade por viver em comunhão com Deus?
São Francisco de Sales, em seu livro “Introdução à Vida Devota”, explica que, se queremos diminuir a influência que pecados específicos têm sobre nós, precisamos rastrear as causas que nos levam ao pecado. Todos nós temos nossas fraquezas, e deve ser bastante fácil entender o que é que nos leva a uma certa direção. Diz ele:
“Essas inclinações, meu filho, estão em oposição direta à devoção … enfraquecem o poder mental, atrapalham os consolos divinos e abrem a porta para as tentações; e, embora não destruam a alma, causam doenças muito graves.”
São Francisco de Sales usa algumas analogias diferentes para descrever como nossas inclinações ao pecado podem nos prender ao longo do tempo. Inicialmente, elas podem não levar ao pecado, mas se não nos vigiarmos, nos encontraremos em um lugar perigoso para nossa alma:
“A aranha não consegue matar abelhas, mas pode estragar o mel … Uma imprecisão insignificante, um pouco de pressa em palavras ou ações, algum pequeno excesso de alegria , no vestuário, podem não ser muito importante  se estes forem imediatamente ouvidos e varridos como teias de aranha espirituais; – mas se lhes for permitido permanecer no coração, ou, pior ainda, se tivermos prazer neles e nos entregarmos a eles, nosso mel logo será estragado, e a colmeia de nossa consciência será sobrecarregada e danificada.”
Se você deseja experimentar a verdadeira liberdade, pense sobre seus maus hábitos e descubra o que o leva a cometê-los repetidamente. Às vezes, podemos estar conversando com uma pessoa em particular ou visualizando um site que nos leva ao caminho errado. Outras vezes, pode ser o impulso que levamos para casa do trabalho que desperta dentro de nós uma tentação à qual não podemos resistir.
Seja o que for, se queremos nos libertar, às vezes temos que nos esforçar para evitar certas coisas até termos confiança e força para resistir a elas no futuro.

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Durma em paz com esta breve oração a São José

SAINT JOSEPH SLEEPS

São José é o intercessor perfeito para quem tem dificuldade para dormir

Às vezes, as muitas questões deste mundo podem tornar o sono uma tarefa árdua. Para muitas pessoas, a ansiedade é real e, quando chega a hora de dormir, o cérebro não para.
Para quem está nessa situação, um intercessor poderoso é São José!
Muitas tradições sustentam que José morreu nos braços ou na presença de Jesus e Maria. É uma imagem bonita, que levou a Igreja a proclamar José como o santo padroeiro da “morte feliz”.

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Entenda por que é errado falar que os católicos adoram Maria


Maria é a mãe de Jesus e, por isso, merece respeito. Mas por que os católicos a tratam quase como se ela mesma fosse Deus?

AIgreja ensina que a adoração é reservada somente a Deus. Ainda que não adorem Maria, os católicos a honram por ser a Mãe do nosso Senhor Jesus Cristo e uma fiel serva de Deus.
Os católicos distinguem diversos tipos de veneração, um deles específico para Nossa Senhora. O Vaticano II pede que se incentive esta veneração concreta, mas adverte tanto contra o exagero como contra a falta de nobreza de espírito, ao tratar da singular dignidade da Mãe de Deus.
A Igreja Católica distingue três tipos de veneração: “latria” (a adoração devida só a Deus), “dulia” (a honra apropriada aos santos e anjos do céu) e “hiperdulia” (uma honra especial dedicada à Bem-Aventurada Virgem Maria). Entre “latria” e “dulia” não existe uma diferença de graus, mas sim de tipos: “dulia” e “latria” são tão distantes como a criatura do Criador.
O Concílio Vaticano II afirmou claramente que “criatura alguma jamais poderá ser comparada com o Verbo encarnado e Redentor” (LG 62). Esta afirmação também é válida para a Mãe de Deus: “A Igreja não hesita em confessar esta função subordinada de Maria” (LG 62).
Ainda que o Concílio peça uma veneração apropriada para Maria, que seja incentivada generosamente entre os fiéis, também adverte contra os excessos: “Aos teólogos e pregadores da palavra de Deus, exorta-os instantemente a evitarem com cuidado, tanto um falso exagero como uma demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus. Estudando, sob a orientação do magistério, a Sagrada Escritura, os santos Padres e Doutores, e as liturgias das Igrejas, expliquem como convém as funções e os privilégios da Santíssima Virgem, os quais dizem todos respeito a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade. Evitem com cuidado, nas palavras e atitudes, tudo o que possa induzir em erro acerca da autêntica doutrina da Igreja os irmãos separados ou quaisquer outros” (LG 67).
Portanto, a Igreja Católica não incentiva a adoração a Maria. Os possíveis excessos entre os fiéis são contrários ao explícito ensinamento da Igreja e não representam a correta prática católica. Muitos protestantes, receosos pelos excessos da devoção mariana, tendem a ignorar totalmente Maria.
A Igreja Católica, por outro lado, dá continuidade à tendência das Sagradas Escrituras no que diz respeito a honrar Nossa Senhora.
Encontramos um exemplo em Lucas 1, 28.30: “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. (…) Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus”.
Outro exemplo em Lucas 1, 41-45: ” E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas”.
Cheia do Espírito Santo, Isabel honra Maria como bendita entre as mulheres; sente-se honrada por estar na presença de Maria, já que ela é a Mãe do nosso Senhor Jesus. Nem o Anjo nem Isabel parecem pecar ao honrar Maria ou diminuir a adoração devida a Deus. Ao invés disso, ambos os exemplos demonstram que este tratamento é apropriado e não menoscaba o culto devido a Deus.
Estas duas passagens são a base da primeira parte da forma mais comum de devoção mariana: a oração da Ave-Maria. A primeira frase da oração – “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco” – é uma simples e antiga tradução da saudação do Anjo a Nossa Senhora. A seguinte frase – “Bendita sois vós entres as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus” – foi tirada da saudação de Isabel a Maria.
Os católicos também seguem o exemplo de Jesus ao honrar Maria.
Em sua obra “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, o escritor do século XVIII, São Luís Maria Grignion de Montfort, destaca que Jesus, não tendo pecado, teria obedecido o quarto mandamento – Honrar pai e mãe – e que, dessa maneira, temos de imitar Jesus honrando devidamente Maria.
Alguns opinam que Lucas 11, 27-28 é um exemplo de como Jesus nega a honra devida a Maria: “E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. No entanto, sabemos, por outras passagens, que o correto é oferecer um tratamento especial a Maria. E mais: Jesus destaca que a fé de Maria é mais importante que seu papel como Mãe, já que, na última frase da saudação de Isabel, esta diz a Maria: ” Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas” (Lc 1, 45).

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Os frutos de cada mistério do Santo Rosário

Noivo reza o Terço com amigos antes do seu Casamento

Mais um Católico que descobriu o Tesouro escondido


Este é o testemunho de um leitor do nosso blog que conta como descobriu numa cave, na longínqua Rússia, o que lhe tinha sido escondido no seu País:

Sigo o blog há algum tempo com bastante interesse, como tal em primeiro lugar gostava de agradecer pelo mesmo.

Acabei de ver o vídeo da sua apresentação na Catholic Identity Conference e achei-a muito interessante.

Chamou-me particularmente à atenção a pequena nota que deixou sobre o trabalho da Paix Liturgique na Rússia, pois foi em Moscovo, durante uma estadia em trabalho, na Catedral da Imaculada Conceição da Virgem Maria, que, ao procurar uma Missa Dominical, soube da existência na cave da catedral de uma missa em latim. Como as minhas hipóteses de entender latim me pareciam superiores às de entender russo decidi experimentar.

O que lá descobri mudou a forma como vivo e vejo a fé para sempre.

Tendo sido baptizado em criança e feito a primeira comunhão, a realidade é que a minha formação e catequese foi muito deficiente e limitou-se aos mínimos que o catolicismo “cultural” da minha família exigia. Afastei-me muito rápido e cedo da igreja e não tive qualquer interesse em Deus e na igreja até aos meus 30 anos, quando passei por uma conversão tardia, que se fez por meio de algumas igrejas evangélicas mas que me trouxe eventualmente de volta ao catolicismo. 

Mas no clima de hoje infelizmente há pouco interesse na tradição, e o que encontrei foi uma igreja demasiado antropocêntrica, politicamente correcta, que despreza as suas próprias tradições, com abusos litúrgicos demasiado frequentes (como um Padre que vinha uma vez por semana à minha paróquia local e insistia em se referir durante toda a Missa a Deus não como Deus Pai, mas como Deus que é Pai e Mãe).

A sensação que tive nessa manhã de Domingo em Moscovo, numa capela minúscula na cave de uma catedral foi literalmente de ter descoberto um tesouro enorme, que me tinha sido escondido. É difícil descobri-lo e voltar atrás. Tenho desde então frequentado sempre que possível a Missa Tradicional, aos Domingos, na paróquia de São Nicolau.

http://senzapagare.blogspot.com/search/label/Conversão

Uma história real de arrependimento e conversão


Já alguma vez viram um bonito acto de arrependimento e conversão acontecer diante dos vossos olhos? Todos temos as nossas próprias histórias, claro, mas refiro-me a observar o maravilhoso trabalho da graça noutra pessoa, quer seja de perto ou à distância.

Há uns tempos - alguns anos - reparei um dia na minha paróquia numa jovem senhora sentada ao fundo. Era muito nova, talvez nos seus vinte e poucos anos. Estava sozinha. Estava à espera de bébé, talvez cinco ou seis meses. Eu nunca a tinha visto antes e nós temos uma igreja pequena, por isso reconheço quem a frequenta. Assumi que ela era nova ali e que talvez não fosse crente, porque nunca se levantava para receber a comunhão. Simplesmente ficava lá ao fundo e tentava permanecer discreta e saía sempre da Missa imediatamente, por isso não havia hipótese de falar com ela.

Um dia, talvez cerca de um mês depois de eu ter reparado nela pela primeira vez, eu estava a voltar da comunhão e reparei que ela estava ajoelhada nos genuflexórios e a chorar continuamente - sim, a chorar. A cabeça dela estava no meio das suas mãos, a cara vermelha, as lágrimas a descer pelas suas bochechas abaixo e o corpo dela encolhia-se com os soluços. Eu conhecia aquelas lágrimas - lágrimas de penitência! Oh, quão bonitas são as lágrimas provocadas pela graça de Deus! Eu fiquei profundamente comovido só ao ver aquilo, mas claro, não me queria intrometer, por isso deixei-a sozinha e dei graças a Deus. Um cordeiro estava a ser trazido de volta aos ombros do pastor. Ela tinha encontrado a pérola mais preciosa.

Bem, aquela rapariga regressou semana após semana. Ela continuava a sentar-se ao fundo e ainda não recebia a comunhão. Mas era diferente. Agora havia contentamento na sua cara. Ela estava em paz. Via-a muitas vezes quando regressava da comunhão. Ela estava sempre a rezar fervorosamente, via-se pelo fogo nos seus olhos e os desejos na sua face. Via-a de vez em quando ficar depois da Missa, enquanto dizia olá ao sacerdote e falava com ele, portanto devia ter-se apresentado a ele.

Pouco depois disto começou a receber a Sagrada Comunhão. Nunca vi o nome dela na lista de candidatos ou de catecúmenos e nunca vi ou soube de nenhuma profissão de fé em nenhuma Missa, por isso assumi que ela já fosse Católica. O seu regresso a casa não veio por uma profissão pública da fé mas na calma e silêncio do confessionário.

Os meses passaram. Entretanto chegou o tempo de dar à luz a criança. Agora via-a na Missa com um pequeno bébé. Lembro-me de ficar a rezar depois da Missa um dia e de a ver com o que eu assumi ser a sua família na Igreja, para o baptismo. Nunca tinha visto nenhum deles antes e, francamente, alguns deles pareciam um pouco desconfortáveis por estar ali. Com eles estava um homem todo mal arranjado que aparentemente era o pai do bébé. Ele parecia… bem, vamos apenas dizer que claramente ele não estava seguro da coisa do Catolicismo. Não quero ir demasiado longe a julgar e tirar conclusões com base apenas no seu comportamento, mas parecia óbvio que o pai estava lá porque a rapariga queria e não porque ele percebesse o que era o baptismo. Talvez estivesse enganado, mas costumo ser um bom leitor da linguagem corporal. Isto era tudo o que eu conseguia perceber e portanto saí da igreja para que pudessem ter o seu baptismo em privado.

O bébé foi baptizado. Com o passar dos meses, reparei no homem a vir à Missa ocasionalmente com a rapariga. Ele ainda parecia céptico em relação a tudo, mas talvez cada vez menos com o passar do tempo. Ele também se arranjava mais e parecia - daquilo que eu conseguia perceber - que o homem e a rapariga estavam a fazer um esforço para educar juntos a criança. Uma mudança tinha acontecido com a rapariga, também. Não sei como descrever. Era apenas um aspecto de felicidade e leveza na sua maneira de ser. A obra da graça a manifestar-se.

Passou mais algum tempo. Talvez meses. Talvez um ano. Não me lembro. Eventualmente eles tinham alianças nos dedos. Não sei quando foi. Por esta altura já reparava neles há mais de ano e meio e ainda não tinha falado com eles. Mas lá pelo meio eles tinham-se casado. O homem também já recebia a Sagrada Comunhão nas boas graças da Santa Mãe Igreja. E a rapariga estava à espera de bébé outra vez.

Bonito, não é? E ainda vai melhorar.

Pouco tempo depois, outra rapariga começou a aparecer com a primeira. Pelo aspecto, assumi que fosse a sua irmã. Então o marido dessa rapariga começou também a vir à Missa. Eles ficaram à espera de bébé. Agora havia duas famílias. Vi os seus filhos crescerem. Outras crianças nasceram.

Mas isto não é tudo. Eventualmente os seus pais começaram a vir à Missa com eles, no início era intermitente, mas depois ficou regular. Toda a enorme ninhada tinha-se tornado frequentadora regular da Missa. Agora eram já dez ou doze, toda uma família enorme de fé, nascida das lágrimas de uma rapariga sozinha e assustada que gritou por Deus num momento de desespero. E vejam o que veio daí! Fé de um grão de mostarda, de facto!

Não sei a história por trás. Não conheço os misteriosos trabalhos da graça. Não sei que orações, que argumentos, o que é que se deve ter passado para que cada uma dessas pessoas fosse ali parar. Mas claramente o testemunho da primeira rapariga e a sua fé e amor ardentes foram o centro à volta do qual tudo se passou.

Já passaram anos agora. Alguma vez falei com eles? Não. Nem uma palavra. Estava perfeitamente satisfeito ao ver isto desenrolar à distância. Talvez um dia o faça. Ainda está a acontecer. Mas quando penso no que vi, nos pequenos bocados que testemunhei, no que aconteceu e me lembro de ver há anos aquela rapariga sozinha e à espera de bébé a chorar no fundo da Igreja, meu Deus! É uma das coisas mais extraordinariamente bonitas que eu alguma vez vi nesta vida!

É sobre isto que é a graça. É por isto que vale a pena lutar.

"Tu contaste os meus vagueares, recolheste as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?" - Salmo 56, 8

in unamsanctamcatholicam.blogspot.com

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Por que todas as quartas-feiras eram dias de jejum para os católicos

Judas' betrayal

A tradição do jejum às quartas-feiras tem a ver com a traição de Judas, prevaleceu por vários séculos e não acontecia só na Quarta-feira de Cinzas

Na Igreja Católica Romana, a Quaresma começa na “Quarta-feira de Cinzas” e é marcada pelo jejum e pela abstinência. O que é interessante notar é que, durante séculos, as quartas e sextas-feiras eram dias de jejum durante todo o ano civil.
Até que faz sentido jejuar nas sextas-feiras, pois esse dia lembra a Sexta-feira Santa, quando Jesus morreu na cruz.
No entanto, por que a Igreja escolheu as quartas-feiras para recomendar o jejum?
De acordo com o livro A Pulpit Commentary on Catholic Teaching, uma das razões pelas quais as quartas e sextas-feiras foram escolhidas como dias de jejum em Roma era para combater o comportamento pecaminoso que prevalecia entre os pagãos naqueles dias específicos. Abaixo, um trecho do livro:
“Na Igreja primitiva, quartas e sextas-feiras eram apontadas como dias de jejum. A escolha desses dias foi a mais apropriada, pois a quarta-feira era dedicada pelos pagãos a Mercúrio, o deus do roubo e da injustiça, e a sexta-feira era consagrada a Vênus, a deusa do amor carnal e da devassidão; portanto, o jejum naqueles dias era bem calculado para expiar os inúmeros pecados de injustiça e impureza cometidos em todos os lugares quase sem restrições, e para impedir que os cristãos se entregassem a eles.”
Embora essa possa ter sido uma das primeiras razões pelas quais esses dias foram escolhidos, a principal razão de a quarta-feira ter virado um dia de jejum foi em memória da traição de Judas, que, segundo a tradição, traiu Jesus na quarta-feira.
O jejum de quarta-feira tem ligação direta com a Paixão de Jesus e relembra um evento triste na vida de Cristo. O jejum tornou-se uma maneira de retratar essa traição, bem como um lembrete de quantas vezes traímos Jesus através das más escolhas que fazemos diariamente.
Embora quarta-feira não seja mais um dia de jejum durante todo o ano, um remanescente dessa tradição é encontrado na Quarta-feira de Cinzas, quando a Igreja começa seu jejum quaresmal.

https://pt.aleteia.org/2020/02/19/por-que-as-quartas-feiras-eram-dias-de-jejum-para-os-catolicos/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt

Nesta quinta, 20, acontece o terço mundial Mater Fátima: saiba como participar

Mater Fátima

4 intenções principais: paz no mundo, vida e família, sacerdotes e consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria

Acontece nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, a nona edição da iniciativa Mater Fátima, um rosário mundial oferecido por 4 intenções principais:
  • pela paz no mundo e pelos pobres pecadores;
  • pela vida e pela família como Deus a criou;
  • pela consagração de todo o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria;
  • pelos sacerdotes.

Especial recordação: Santa Jacinta Marto

A edição deste ano recorda de modo particular o centenário do falecimento da pequena Santa Jacinta Marto, uma das três crianças portuguesas que, junto com seu irmão Francisco e sua prima Lúcia, presenciou as aparições de Nossa Senhora em Fátima em 1917.

Direto da Basílica de Guadalupe

A anfitriã desta vez será a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, mas, assim como nas edições anteriores, são convidados todos os santuários, igrejas, paróquias, comunidades e fiéis individualmente que desejem participar de um encontro mundial e simultâneo de oração. Para isto, basta aderir mediante o site do Mater Fátima (aqui). Em 2019, participaram 98 santuários marianos e cerca de 70 milhões de pessoas.
Por meio do mesmo site será possível também acompanhar o rosário ao vivo do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe (às 17h pelo horário da Cidade do México, ou seja, às 20h pelo horário de Brasília).

Programação

A partir das 17h do horário local mexicano (20h no horário de Brasília), terão início:
  • a Adoração Eucarística;
  • o Santo Terço (durante a Adoração)
  • a Consagração ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort.
O terço será rezado em vários idiomas e cada mistério será oferecido por cinco intenções: pelas crianças, pelos jovens e adolescentes, pelos esposos, pelos idosos e pelos sacerdotes.
Com o lema “Faça Nossa Senhora sorrir“, a Mater Fátima 2020 convida os fiéis a oferecerem também o sacrifício do jejum, além de incentivá-los a rezar o terço todos os dias.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

A Força da Fé


A Fé é verdadeiramente um dom e um tesouro! Um dom, porque só Deus a pode conceder... Um tesouro, porque quem a encontrou, encontrou Deus, encontrou o sentido da vida, das alegrias e tristezas de cada dia, encontrou o Amor verdadeiro e o caminho para a Vida Eterna...

“Quando o Filho do Homem voltar, encontrará Fé sobre a terra?” (Lc 18, 8). Será que os cristãos deixaram de acreditar que as verdades que Jesus revelou são verdadeiramente libertadoras? Que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida e que ninguém vai ao Pai senão por Ele? Que a oração e os Sacramentos são os meios da Graça? Que o pecado é a maior prisão que a alma pode encontrar?

As sociedades estão confusas acerca de tudo isto... uma grande força avança no mundo para deitar por terra os preceitos da moral católica e da lei natural, pretendendo que são limitadores e até inimigos da liberdade humana!… Mas, como respondeu Simão Pedro a Jesus, no momento em que muitos discípulos abandonaram o Mestre, por não aceitarem a Sua doutrina, e Ele lhes perguntou se também se queriam retirar: “Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna; e nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus.” (Jo 6, 68-69)

Quem nos pode trazer a vitória sobre a cruz? A vitória sobre todos os pecados, misérias, prisões, egoísmos, erros? Sobre o sofrimento e a morte? Quem nos pode trazer essa vitória, senão Aquele que morreu por nós na cruz e ressuscitou ao Terceiro Dia? Aquele que venceu a morte e está vivo? Que, depois de ressuscitar, apareceu aos Apóstolos, a muitos discípulos e habitantes de Jerusalém? Que veio para nos dar a Vida e a Vida em abundância? Que passou fazendo o Bem e em Nome de Quem tantos deram a vida ao longo dos séculos em favor do bem e da salvação dos irmãos?

“Tudo começou a existir por meio d’Ele, e, sem Ele nada foi criado” (Jo 1, 3)

Em Seu nome, veio a Mãe de Deus à terra de Fátima prevenir-nos para o pecado dos homens e para os perigos daí consequentes: o inferno, as guerras, a destruição de nações, os erros da Rússia (o comunismo, as ideologias materialistas e ateístas), o martírio dos bons, o sofrimento dos Papas, ... Ela veio revestida do poder da Mulher do Apocalipse que vencerá o dragão infernal; poder sobre o Sol, que girou diante da multidão maravilhada, no milagre que Ela tinha anunciado...

Se queremos que o dragão do Apocalipse, a “serpente antiga”, o diabo e satanás, o mentiroso desde o princípio, não vença com os seus enganos (disfarçados de ideologias que afinal pretendem é esmagar a Verdade salvadora de Deus) a sociedade actual, não desprezemos os pedidos urgentes e amorosos da Mãe de Deus em Fátima:

Rezemos o Terço todos os dias!
Rezemos em Reparação ao Coração Imaculado de Maria!
Consagremo-nos ao Coração Imaculado de Maria!
Ofereçamos os nossos sofrimentos e sacrifícios a Jesus e Maria, pela salvação de todos.

“Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.” (Nossa Senhora, em 13 de Julho de 1917)

E teremos nas nossas famílias e na sociedade a tranquilidade e a Paz que todos ansiamos... mas não sem antes realizarmos o que a Mãe do Céu nos pediu!

http://senzapagare.blogspot.com/search/label/Imaculado%20Coração%20de%20Maria

Consoladora dos aflitos - Cardeal Newman


Maria foi mártir, mesmo sem sofrer a desonra violenta que, em geral, acompanha os sofrimentos dos mártires. Como bem sabemos, o próprio Senhor foi esbofeteado, despido, flagelado e, por fim, dependurado numa cruz, pregado nela e levantado para ser visto pela multidão cruel.

Mas Aquele que, pelos pecadores, carregou a vergonha do pecador, poupou à sua Mãe - que, em si mesma, não tinha nenhum pecado - este fracasso e ruína supremos: ela não sofreu no corpo mas na alma. Na agonia do Filho, sofreu uma paixão paralela; foi crucificada com Ele; a lança que lhe enterraram no peito, penetrou no espírito de sua mãe. Mas não houve sinais exteriores, pois o seu martírio foi íntimo.

Agora, todos sabemos que é nisto que consiste o segredo da verdadeira consolação: só são capazes de consolar os outros aqueles que pessoalmente já foram muito provados e encontraram conforto quando precisaram dele. Também foi dito acerca de Nosso Senhor: «É precisamente porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova que pode socorrer os que são postos à prova» (Hb 2,18).

É por este motivo que a Virgem Maria é a consoladora do aflitos. Todos já experimentámos como é tão bom receber conforto que se pode receber de uma mãe; ora, a partir do momento em que Cristo pregado na cruz instaurou uma relação mãe-filho entre ela e São João, já nós podemos chamar a Maria nossa mãe. E Maria pode consolar-nos de maneira muito particular porque sofreu mais do que, geralmente, sofrem as mães.

Em geral, as mulheres, pelo menos as mais sensíveis, são poupadas à rude experiência dos grandes caminhos do mundo; Maria, pelo contrário, depois da Ascensão do Senhor, foi enviada pelas terras estrangeiras quase como os apóstolos, ovelha no meio de lobos. Apesar de todas as atenções que São João lhe dedicava, semelhantes aos cuidados que por ela tinha São José nos seus anos de juventude, ela, mais que todos os santos de Deus, foi estrangeira e peregrina sobre a terra, na proporção do seu maior amor por Aquele que tinha estado na terra e agora já não estava. Quando Jesus era criança, teve de fugir para o Egipto pagão através do deserto; depois de Ele ter subido ao Céu, ela teve de ir de barco para Éfeso, onde viveu e morreu no meio dos pagãos.

Vós estais rodeados de vizinhos indelicados ou de colegas que se riem de vós ou de conhecidos hostis ou de adversários invejosos, invocai o auxílio de Maria lembrando-lhe o sofrimento entre os pagãos.

Cardeal John H. Newman in 'Meditations and Devotions' (1911)

Livra do peso dos nossos pecados.

  Afrouxa os laços de nossas impiedades e nos livra do peso dos nossos pecados. Tem piedade de mim, ó Senhora, e cura minha doença. Tira a a...