domingo, 1 de dezembro de 2019

Imaculada Conceição: o primeiro “episódio” da vida de Maria

IMMACULATE CONCEPTION

“Deus a preservaria do pecado original e de todos os pecados pessoais, e encheria de graça, para fazer d’Ela a digna mãe do Verbo encarnado”

Em 2010, o site do Opus Dei em português lançou uma série de textos sobre a Vida da Virgem Maria, enriquecidos com comentários do Magistério e dos Padres da Igreja, de santos e de poetas. O primeiro deles é sobre a Imaculada Conceição, ou seja, sobre o dogma segundo o qual Nossa Senhora foi concebida sem a mancha do pecado original, por especialíssima predileção de Deus, em previsão dos méritos de Cristo, Redentor universal do gênero humano. O autor dos textos é José Antonio Loarte.

Vida de Maria (1): a Imaculada Conceição

A história do homem sobre a terra é a história da misericórdia de Deus. Desde a eternidade, antes da criação do mundo, escolheu-nos para que fossemos santos e sem mancha em sua presença, pelo amor (Ef 1, 4).
Entretanto, por instigação do demônio, Adão e Eva se rebelaram contra o plano divino: sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal (Gn 3,5), tinha-lhes sussurrado o príncipe da mentira. E lhe deram ouvidos. Não quiseram dar crédito ao amor de Deus. Trataram de conseguir, por suas próprias forças, a felicidade a que haviam sido chamados.
Mas Deus não voltou atrás. Desde a eternidade, em sua Sabedoria e em seu Amor infinitos, prevendo o mau uso da liberdade por parte dos homens, havia decidido fazer-se um de nós, mediante a Encarnação do Verbo, segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Por isso, dirigindo-se a Satanás, que, sob a figura da serpente havia tentado Adão e Eva, o condenou: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e a dela (Gn 3, 15). É o primeiro anúncio da Redenção, no qual já se entrevê a figura de uma Mulher, descendente de Eva, que será a Mãe do Redentor e, com Ele e sob Ele, esmagará a cabeça da serpente infernal. Uma luz de esperança se acende para o gênero humano, desde o próprio instante em que pecamos.
Começavam assim a cumprir-se as palavras inspiradas – escritas muitos séculos antes do nascimento da Virgem – que a liturgia põe nos lábios de Maria de Nazaré: O Senhor me possuiu no principio de seus caminhos, antes que fizesse coisa alguma… Desde a eternidade fui formada, desde o começo, antes da terra. Quando não existiam os oceanos, fui dada à luz, quando não havia fontes repletas de água. Antes que se assentassem os montes, antes das colinas, fui dada à luz. Ainda não havia feito a terra nem os campos, nem o primeiro pó do mundo (Pr 8, 22-26).
A Redenção do mundo estava em marcha desde o primeiro momento. A seguir, pouco a pouco, inspirados pelo Espírito Santo, os profetas foram descobrindo os traços dessa filha de Adão à que Deus – em previsão dos méritos de Cristo, Redentor universal do gênero humano – preservaria do pecado original e de todos os pecados pessoais, e encheria de graça, para fazer d’Ela a digna mãe do Verbo encarnado.
Ela é a virgem que conceberá e dará à luz um Filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14); está prefigurada em Judite, a heroína do povo hebreu, que alcançou vitória contra um inimigo poderoso, até o ponto em que a Ela, mais que a ninguém, se dirigem aqueles louvores: Tu és a exaltação de Jerusalém, a grande glória de Israel, a grande honra de nossa gente… Bendita sejas tu da parte do Senhor onipotente para sempre (Jt 15, 9-10).
Extasiados ante a beleza de Maria, os cristãos lhe têm dirigido sempre toda classe de louvores, que a Igreja recolhe na liturgia: horto cerrado, lírio entre espinhos, fonte selada, porta do céu, torre vitoriosa contra o dragão infernal, paraíso de delícias plantado por Deus, estrela guia dos náufragos, Mãe puríssima…
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J.A. Loarte, em Opus Dei

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