quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A história de Judite, a importância do jejum, oração, preparação para o combate, arrependimento, a estratégia do demônio

Muitas pessoas costumam me pedir orações. E muito me agrada ser intercessor de quem se recomenda a Deus. Entretanto, é preciso observar que não se pode ver em Deus unicamente um “pronto-socorro”, um “quebra-galho”.

Jesus foi expresso e direto quando disse, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. O caminho para Deus, a verdade de Deus e a vida que é Deus.

Portanto, temos de observar que Deus é tudo para nós. Na verdade, todos sabemos que da vida nada se leva, que tudo é transitório, que só Deus é para sempre, porém buscamos com grande ânsia e esforço os bens perecedouros, esquecendo dos eternos.

Para alcançar graças de Deus, além de pedir com insistência, é necessário realizar os esforços e iniciativas que se fizerem necessários.

No Livro de Judite, no Antigo Testamento, vemos que o rei Nabucodonosor ameaçava gravemente o povo de Israel, através de seu marechal Holofernes, que, inclusive, já havia arrasado as cidades fortificas da Mesopotâmia, do litoral e da maioria dos lugares e se encaminhava para Jerusalém.

Os israelitas ficaram desesperados, pois sabiam que Holofernes estava arrasando e saqueando tudo o que encontrava pelo caminho. Segundo consta na redação bíblica, os vales e os rios estavam cheios de cadáveres.

Enquanto Holofernes avançava, os israelitas suplicavam insistentemente a Deus, e diante dEle se humilhavam.

Vejam o diz a Bíblia:

“Os que viviam em Jerusalém, inclusive mulheres e crianças, se prostraram diante do Templo, com cinzas na cabeça, e estenderam as mãos diante do Senhor. Cobriram o Altar com panos de saco e clamaram, a uma só voz e com ardor, para que o Deus de Israel não entregasse seus filhos ao saque, nem suas mulheres ao exílio, nem à destruição as cidades que tinham herdado, nem o Templo à profanação e caçoadas humilhantes das nações.” (Judite, Capítulo 4, versículos 11-12)

Você percebe? Diante do risco e do desespero, as pessoas se voltam para Deus com todas as suas forças, arrependem-se de seus pecados (cabeças cobertas de cinzas), e suplicam salvação. Há nesta prece mudança de vida, arrependimento e confiança em Deus.

E qual foi a consequência?

“O Senhor ouviu-lhes o grito e tomou conhecimento da tribulação deles. O povo jejuou por dias seguidos em toda a Judeia e em Jerusalém, diante do Templo do Senhor Todo-Poderoso. (...) Eles clamavam com toda a força ao Senhor, para que protegesse a casa de Israel.” (Judite, 4, 13 e 15)

Holofernes, então, ficou sabendo que o povo de Israel estava se preparando para a Guerra, mas não sabia ao certo como. Ele indagou seus prisioneiros, os reis recentemente vencidos, e perguntou acerca dos israelitas, questionou a força militar dos judeus, e quis saber a razão pela qual recusavam render-se ao rei Nabucodonosor.

Como resposta, Aquior, líder dos amonitas, advertiu:

“...Se essa gente se desviou, pecando contra o Deus deles, comprovemos essa falta, e subamos para atacá-los. Contudo, se eles não tiverem pecado, é melhor que o senhor os deixe em paz. Caso contrário, o Senhor o Deus deles vai protegê-los, e nós ficaremos envergonhados diante de todo o mundo.” (Judite, 5 20-22).

Holofernes ficou irado, e decidiu que os israelitas deveriam ser exterminados. Os Assírios, então, avançaram contra o território, ocuparam as fontes de água e realizaram um cerco implacável durante 34 dias, não permitindo a entrada de alimentos e água potável.

Judite era uma mulher viúva, porém ainda jovem e muito bonita. Era muito temente a Deus e de conduta irrepreensível. Jejuava a maior parte do mês, e exercitava-se continuamente com atos de devoção e piedade.

Judite orou com grande instância a Deus, uma oração intensa, regada a jejum, grande louvor e lágrimas.
E Judite tirou a roupa de viúva, arrumou-se, perfumou-se e vestiu-se com roupa de festa. Ficou belíssima, capaz de seduzir os homens que a vissem. Depois, apanhou uma sacola com alimentos e dirigiu-se para onde estava Holofernes.

 Bastou apenas vê-la para apaixonar-se.  Após muito assédio, Holofernes promoveu um banquete regado a muito vinho, com o propósito de manter relações sexuais com Judite. Acabou por adormecer. Procurando deixá-lo a sós com Judite, os servos fecharam a tenda e saíram. Judite, então, aproveitando-se a coma alcoólica de Holofernes, usando a própria espada deste, cortou-lhe a cabeça. Judite pegou a sacola utilizada para levar mantimentos e fez com que a cabeça de Holofernes fosse colocada dentro. Após, deixou discretamente o acampamento e voltou para seu povo, levando consigo a cabeça do opressor.


O restante da história é a vitória dos israelitas, que desceram das montanhas e atacaram os assírios, os quais fugiram ao perceberem que seu general estava morto.

Mais importante do que a história contada, são algumas constatações que podemos fazer.

Primeiro, Judite era uma mulher correta e íntrega, de conduta irrepreensível.

Segundo, Judite era uma mulher de oração, que aliava a esta prática o jejum  e a mortificação.

Terceiro, Judite confiava muito em Deus, e esta confiança não foi frustrada.

Mas isso não é tudo. É imprescindível falar sobre as consequências do pecado.

Importa, assim, referir que o pecado é predestinação de derrota, não só para o povo daquele tempo como para nós, hoje. O inimigo procurava saber se o povo estava em pecado, pois aí sabiam que poderiam vencê-lo.  Se não estivessem em pecado, os inimigos sabiam que Deus os protegeria, e nenhum mal poderia fazer-lhe nem o mais poderoso dos exércitos.

É justamente por isso que o demônio se esforça tanto com suas ofertas de pecado, cada vez mais audaciosas. Faz parte de sua estratégia e de seu plano de extermínio tornar o pecado e o neopaganismo como uma normalidade, aí poderá derrotar e esmagar a humanidade toda.

Quando a normalidade do pecado entra em uma família, ela é destruída. Quando entra na escola, no trabalho, na Igreja, ou em qualquer lugar, logo os efeitos nefastos são visíveis e os estragos são grandes.

A fúria do demônio contra o ser humano é justamente pelo fato de que a “imagem e semelhança de Deus” (com o que fomos ornados) era algo que o próprio Lúcifer, enquanto portador da luz, pretendida. É  por inveja dele – do demônio - que a morte e o pecado entraram no mundo, inveja contra os seres humanos, escolhidos para serem imagem e semelhança de Deus (não uma semelhança corpórea, mas uma aparência, uma representação do amor de Deus com poder criador e inovador no mundo).

Dessa forma, fica a orientação e o alerta para que nós, no sentido de que evitemos o pecado, nos humilhemos e confessemos assiduamente, além de jejuarmos, comungarmos, lermos a Bíblia e termos vida de oração (as cinco pedrinhas). 

Assim, não seremos derrotados pelo inimigo.

http://grupo-aguaviva.blogspot.com.br/2012/08/a-historia-de-judite-importancia-do.html

Um comentário:

Livra do peso dos nossos pecados.

  Afrouxa os laços de nossas impiedades e nos livra do peso dos nossos pecados. Tem piedade de mim, ó Senhora, e cura minha doença. Tira a a...