Por Frei Vitório Mazzuco, OFM
A universalidade do amor está no particular profundo do encontro entre duas almas, corpo, mente, alma e coração. A glória do amor passa do êxtase à dor, da calma ao desespero, da vida à morte, da chama à sombra. O jeito de amar dispara corações, enrubece faces, dá fogo aos olhos, ritmo nas palavras e delirantes conversas silenciosas.
O amor cria mil e-mails, pertinentes telefonemas, desperta a criança adormecida, cria exaustivas cobranças, adora defeitos e sublima virtudes. O amor condena e endeusa; gosta de deitar acordado para que o sonho venha antes de dormir. O amor brinca no céu e desce ao inferno. É uma química de energia, nó na garganta, aperto no peito, fôlego acelerado e escancarada porta dos desejos.
O amor é cantado por poetas, bardos e menestréis, seresteiros, romancistas, compositores e autores. Ele é drama e rito, cama e mito, sonhados passeios de mãos entrelaçadas. Tempestade interna e beleza simples de paisagem externa, píncaro e abismo, flor e espinho. Anima quando aparece e cresce quando se ausenta, é um comichão de saudade quando separa. Das Cantigas de Amor às Cantigas de Amigo, crime e castigo, louvor e prece, o amor e os amantes são bênçãos e marcas no chão da existência.
Adão e Eva jogaram a serpente no paraíso do amor. Orfeu e Eurídice mostraram que é preciso morrer com a amada. Tristão e Isolda conheceram a mais mortal tristeza. Heloísa e Abelardo estudaram nas noites e descobriram que o intelecto também desperta paixão intensa. Romeu e Julieta experimentam a tragédia de separar e unir famílias. Dante e Beatriz revelam o amor que é musa e inspiração, divina comédia humana. Léo e Bia, de Oswaldo Montenegro, dizem que qualquer maneira de amor varia, “como se faz com todo cuidado, a pipa que precisa voar; cuidar do amor exige mestria, e souberam amar”. Eduardo e Mônica, o amor em meio a toda Legião Urbana perguntam: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?”
E Francisco de Assis e Clara de Assis? Como dizer? Há o segredo e o silêncio das Fontes. Eles são a mais nítida evidência de que o Amor é Encarnado, é Pão e Cruz, prece e sintonia, mística e poesia, itinerário e sacrário, palavras e recolhimento... enfim mostraram que o Amor é Divino! T
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