Cristo toca, se envolve, motiva e nos dá paz, com seu poder que vence a dor e a morte
Mas, além de aproximar-se, Ele nos toca. Jesus toca em muitos momentos da vida. Toca o doente, o ferido, o moribundo. Toca e cura, dá a vida, devolve a saúde. Tocar é um gesto muito próprio do Senhor. Ele sempre toca. Impõe as mãos, levanta quem caiu, carrega o doente. Quem toca se envolve.
Jesus toca para acalmar os discípulos. É um gesto de carinho, de compreensão. É como se Ele estivesse lhes dizendo que não vai abandoná-los, que estará sempre ao seu lado.
Também lhes pede que se levantem e que não temam. Jesus pede isso a nós também. Quer que nos levantemos, que estejamos dispostos a dar a vida, corajosos, vencendo o temor. Não quer que tenhamos medo da vida, da entrega, do caminho.
Mas a verdade é que o medo é forte. Tudo o que não controlamos e desconhecemos nos assusta. Temos medo da morte e da doença. De fracassar e perder. Temos medo de que os sonhos se desmoronem, que o rumo da nossa vida mude subitamente por algum motivo incontrolável.
Claro, estas palavras são para nós que vivemos com medo. Jesus nos toca hoje e nos diz: “Não tema, levante-se”. Quer que vamos com Ele, de mãos dadas, até onde Ele quiser. Quer que não nos assustemos ao pensar no futuro e que saibamos caminhar ao seu lado sem mais proteção.
O temor pode chegar a paralisar-nos. É necessário, então, confiar no poder de Cristo. Bento XVI dizia: “Só o poder que está sob a bênção de Deus pode ser digno de confiança. Jesus tem esse poder enquanto ressuscitado, isto é, este poder pressupõe a cruz, pressupõe a morte. Pressupõe o outro monte, o Gólgota, onde morreu pregado na cruz, escarnecido pelos homens e abandonado pelos seus. O Reino de Cristo é diferente dos reinos da terra e do seu esplendor”.
É o poder daquele que vence a dor e a morte, daquele que dá paz à alma. Cristo vivo, ressuscitado, nos dá seu poder e sua paz.
Em seu poder nós podemos confiar. Mas como nos custa confiar no Senhor! Seu poder não é reconhecível, não podemos tocá-lo. Não distinguimos sua mão protegendo e tocando, não percebemos seu abraço consolador. Sentimo-nos sozinhos no meio da batalha e então o medo nos invade. Onde está sua vitória?
Sua forma de vencer não é a nossa. A sua vem da pobreza e do invisível, de onde o homem não pode se gloriar do seu próprio poder, onde suas forças não alcançam e ele experimenta a fraqueza. Lá, no Gólgota, encontra-se o caminho da vida.
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