segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ECCLESA DE EUCHARISTIA



1. A Igreja vive da eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária da fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: “Eu estarei sempre convosco, até o fim do mundo.” (Mt 28,20); mas, na sagrada eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o pentecostes, quando a Igreja do povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias,
enchendo-os de consoladora esperança. O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é “fonte e centro de toda a vida cristã.” 5. Mysterium fidei!- “ O mistério da fé.” Quando o sacerdote pronuncia ou canta estas palavras, os presentes aclamam: “ Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição . Vinde Senhor Jesus!.” A igreja vive de Jesus eucarístico, por Ele é “mistério da luz” A Eucaristia salvífica de Jesus na comunidade dos fieis e seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da historia. A par destas luzes, não
faltam sombras, culto de adoração eucarística . “ O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue.” (1 Cor 11,23), instituiu o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue. As palavras do apóstolo Paulo recordam-nos as circunstancias dramáticas em que nasceu a Eucaristia. Esta tem indelevelmente inscrito nela o evento da paixão e morte do Senhor.
Não é só sua evocação, mas a presença sacramental. É o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos . “ Não hás de ver- exorta S. Cirilo de Jerusalém- o pão e o vinho (consagrados) simplesmente como elementos naturais, assegura, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa.” Pela comunhão eucarística, a igreja é consolidada igualmente na sua unidade de corpo de Cristo. A Paulo quando diz aos corintios: “ O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Uma vez que há um só pão, nós embora sendo muitos, formamos um só corpo porque participamos do mesmo pão. “ O culto prestado à Eucaristia fora da missa é de valor inestimável na vida da igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. Tal como a mulher da unção
de Betânia, a igreja não temeu desperdiçar, investindo o melhor dos seus recursos para exprimir o seu enlevo e adoração diante do dom incomensurável da eucaristia. À semelhança dos primeiros discípulos encarregados de preparar a grande sala, ela sentiu-se impelida, ao longo dos séculos e no alternar-se das culturas , a celebrar a Eucaristia num ambiente digno de tão grande mistério. Para alem da sua participação do banquete eucarístico, pode-se delinear a relação de Maria com a Eucaristia indiretamente a partir de sua atitude interior. Maria é mulher eucarística na totalidade de sua vida. A igreja, vendo em Maria o seu modelo, é chamada a imitá-la também na relação com este mistério
santíssimo. Existe pois, uma profunda analogia entre o Fiat pronunciado por Maria , em resposta às palavras do anjo, e o Amem que cada fiel pronuncia quando recebe o corpo do Senhor. A Maria foi-lhe pedido para acreditar que Aquele que Ela concebia por obra do Espírito Santo, era o filho de Deus ( Lc 1, 30-35). Dando continuidade à fé da Virgem Santa, no mistério eucarístico nos é pedido para crer que aquele mesmo Jesus filho de Deus, e Filho de Maria , se torna presente nos sinais do pão e do vinho com todo o seu ser humano-divino. Deixai, meus queridos irmãos e irmãs, que dê com intima emoção, em
companhia e para conforto da vossa fé, o meu testemunho de fé na eucaristia: “ Ave, verum corpus natum de Maria vergine / vere passum, immolatum, in cruce pro homine!” Eis aqui o tesouro da Igreja, o coração do mundo, o penhor da meta pela qual, mesmo inconscientemente suspira todo o homem. Mistério grande, que nos excede – é certo e põe a dura prova a capacidade da nossa mente em avançar para além das aparências. Aqui os nossos sentidos falham- “ Visus, tactus, gustus in te falltur”. Diz no hino Adoro te devote -; mas basta-nos simplesmente a fé, radicada na palavra de Cristo que nos foi deixada pelos
Apóstolos. Como Pedro no fim do discurso eucarístico, segundo o Evangelho de João, deixai que eu repita a Cristo, em nome da igreja inteira, em nome de cada um de vós: “Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavra de vida eterna.” (Jo 6,68)


ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA
PARÓQUIA SÃO JOSÉ
CATEQUESE DE CRISMA

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