domingo, 20 de novembro de 2016

Uma visão libertadora


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Deus sempre cuida dos justos. Ele podia e quis convencer o pobre José da total inocência de Maria, e o fez enviando seu Anjo que lhe anunciou: "José, filho de Davi, não temas receber Maria tua mulher, pois o que nela foi gerado foi do Espírito Santo. Ela dará à luz um Fillho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo de seus pecados". ( Mt 1,20b-21 ) Era o sol depois de tenebrosa tempestade. José acreditou e também disse "sim."

* Maria e José com o seu sim se tornaram nossos irmãos na fé. Neles nós veneramos a realização mais pura da fé. "Com tais testemunhas, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é autor e realizador da fé, Jesus". ( Hb 12,1-2 )

* O Evangelho de Mateus ( Mt 1,20 ) diz que o Anjo se manifestou a José em sonho. Conforme a mentalidade dos antigos os sonhos punham o homem em contato com o mundo superior.


Os israelitas antigos do sul da Palestina, denominados javistas, gostavam de representar Deus de maneira antropomórfica, isto é, com modos próprios do homem, enquanto os eloístas, que eram os israelitas do norte, viam Deus de maneira mais transcendental, um Deus que se comunicava impessoalmente com o homem, de preferência em sonhos. A mentalidade da época de Jesus era totalmente orientada pelo Deuteronômio, escrito eloísta por excelência. Deve-se interpretar a expressão manifestou-se a ele em sonho como uma misteriosa comunicação do céu. José teve uma revelação que lhe abriu uma nesga de luz sobre o mistério da Encarnação e o convidou a uma entrega total aos desígnios de Deus num ato de fé sem reservas e sem explicações.


- Não tenhas medo...


O Anjo recomendou em primeiro lugar não ter medo em receber Maria como Esposa. Repetiu o que Maria, com certeza, já lhe tinha comunicado: que Ela teria um filho por obra do Espírito Santo. Nunca tinha acontecido coisa semelhante em Israel. Era a primeira vez que uma mulher concebia sem intervenção de homem. Havia nisto algo de impossível, de inimaginável. Parecia até uma blasfêmia: "Como colocar na cabeça que Maria, sua esposa, seria a mãe do Filho de Javé, a mãe do filho de Deus? Existiam lendas pagãs que falavam de coisas semelhantes... Não seria sacrilégio só o fato de pensar nisto? O " não tenhas medo" do Anjo calhava bem a propósito.

* Como Maria, José acreditou. Acreditou contra toda evidência, contra toda a tradição de Israel, contra toda a estrutura religiosa da época, colocando-se, com o seu silêncio, à inteira disposição de Deus. Saindo desta visão, desta experiência única, agiu conforme o Anjo lhe ordenou e recebeu em casa sua mulher.

José, agora, será na terra um substituto do Pai do céu, a "Sombra de Deus".

Retirado do livro - A Vida de São José 

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