A diferença que faz a diferença
Certa vez, eu estava com um grupo de jovens ao redor de uma fogueira, em um dia frio de inverno. Conversamos durante horas, compartilhamos experiências. Mas observei que um dos jovens ficava o tempo todo se levantando para fazer coisas: ajeitava a lenha, abanava a fogueira, ajustava alguma coisa. A cada cinco minutos, ele se levantava para verificar se tudo estava bem.
No final da reunião, perguntei-lhe o que ele tinha achado da experiência. Sua resposta me deixou impressionado: “Não consegui prestar atenção em muita coisa, na verdade”. E como ia conseguir prestar atenção desse jeito? Em nenhum momento ele realmente deu atenção à conversa que tivemos.
Às vezes, vamos à oração com esta inquietude. Ficamos preocupados em como orar e não oramos; buscamos cumprir uma série de passos e esquecemos que estamos em diálogo com Alguém; olhamos continuamente para nós mesmos e não vemos o “Tu”; pensamos muito e amamos pouco.
O que é orar?
Os santos jamais definem a oração como um método. Santa Teresa de Jesus a descreve como “tratar de amizade, estando muitas vezes a sós com alguém que sabemos que nos ama”. Não se trata apenas de ficar de joelhos, cuidar da minha postura, ficar tentando ver se estou atento. Amizade. Estar a sós com o Amado.
Assisti recentemente “Up”, a produção da Disney. O início do filme é um dos melhores cantos ao amor que já vi na vida. E daqui tiro esta imagem, que pode resumir bem o que estou tentando dizer:
Nessa cena, nenhum dos dois está falando… Mas dizem tantas coisas um ao outro! Esse unir as mãos, estar juntos, compartilhar uma mesma coisa… tudo isso é um dos atos de amor mais profundos entre duas pessoas. E Deus quer realizar isso conosco em cada oração!
Orar é estar com Deus, dedicar-lhe um tempo, falar com Ele.
É verdade que precisamos saber fazer isso, sobretudo no começo, aprender um método que nos ajude a orar (assim como na infância aprendemos a caminhar ou a falar), mas não podemos nos limitar a isso: o método é um caminho para chegar a um objetivo. E este objetivo é Deus.
É importante lembrar: não se inquiete se lhe custa estar a sós com Deus porque você se distrai ou porque está cansado. Lembre-se: orar é estar com Deus. Se, no meu tempo de oração, estou continuamente elevando minha alma a Deus, mesmo com cansaço ou distrações, estou amando… porque estou com Ele.
Assim, não me preocupo pela quantidade do que dou a Deus ou pelo que faço enquanto oro; o único que me importa é estar ao seu lado, acompanhá-lo, dedicar-lhe tempo.
Como é a minha oração?
Esta é uma pergunta que podemos nos fazer algumas vezes, mas corremos o risco de ter uma resposta frustrante, que nos desanima. Mas espero que estas linhas possam ajudar você a ter mais confiança em sua capacidade de orar.
Sabe por quê? Porque o ser humano foi feito para amar, e a oração é um dos atos de amor a Deus mais simples e profundos que o ser humano pode realizar!
Mas é importante não ficar olhando para si mesmo, e sim para Deus. Quem faz esta distinção, captou o essencial: que orar é um diálogo simples e profundo com um Deus que está esperando você, no fogo da alma da sua chaminé interior, para estar um tempo a sós com você.
http://pt.aleteia.org/2015/10/29/a-pergunta-que-nao-quer-calar-voce-ora-ou-simplesmente-reza-oracoes/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=topnews_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt-Oct%2030,%202015%2001:17%20am
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