Historicamente, o Rosário teve origem nos monges irlandeses,
nos séculos VIII e IX, que recitavam os 150 salmos. Os leigos das redondezas
apreciavam o costume, mas não podiam acompanhá-los porque não sabiam ler. Então
sugeriu-se que eles rezassem 150 Pai-Nossos em vez dos salmos, que mais tarde
foram substituídos por 150 Ave-Marias. Eram orações espontâneas, visto que ainda
não havia regulamentação da Igreja, e a piedade começou a espalhar-se.
A história do Rosário é um longo seguimento de maravilhas,
graças e bênçãos, concedidas a todos os que o recitem.
Começou assim: Surgiu, no sul da França, certa seita de
hereges, propagadora de doutrinas perniciosíssimas e extremamente cruéis para a
Igreja e para a própria sociedade civil.
Infelizmente, depressa aumentou o número dos seus adeptos, cuja
violência se manifestava pelo incêndio das igrejas, pelo saque das cidades e
pelo assassínio de gente pacífica, só porque recusava aceitar os seus vis
ensinamentos.
Pouco a pouco atraíram a si homens de grande influência.
O Papa mandou vários santos missionários para tentar
convertê-los, mas em vão.
Os reis enviaram contra eles os seus exércitos, mas sem
resultado. Eram tais os excessos por eles praticados que mais pareciam demônios
saídos do inferno do que homens.
Foi então que surgiu São Domingos; por muito santo que fosse,
nem mesmo ele conseguiu demovê-los. Estavam bastante endurecidos, e não se
convertiam.
Nas suas dificuldades, este grande servo de Deus costumava
pedir auxílio a Nossa Senhora. Dizem as maiores autoridades, entre elas Santo
Antonino, que São Domingos teve em vida muitíssimas visões de Nossa Senhora.
Ele mesmo confessou que a Virgem Santíssima não recusara
escutá-lo.
Maria declarou solenemente, por três vezes, que a ordem de São
Domingos era a Ordem dela e deu aos frades dominicanos o escapulário branco, que
forma a parte distintiva do seu hábito.
São Domingos recorreu a Maria, com confiança ilimitada e, em
resposta à sua oração, ela inspirou-lhe o Rosário como arma, pela qual ele
haveria de conseguir as mais extraordinárias vitórias sobre o mal. Mas o Rosário
de Domingos não era tal qual o temos hoje. Consistiria na pregação dos Mistérios
principais da nossa salvação, o mais popular possível, sem deixar de ser
bíblica, levando os ouvintes depois à recitação do PAI Nosso (Oração dominical)
da Ave Maria (Saudação Angélica) sem a "Santa Maria" que foi introduzida
posteriormente.
O Papa S. Pio V (1565-1572) foi o primeiro a instituir a
devoção, em comemoração à grande vitória contra os muçulmanos, na Batalha de
Lepanto, pois havia pedido, na batalha anterior, que toda a Cristandade rezasse
o Rosário. Também por este motivo, ele criou a invocação "Nossa Senhora, Auxílio
dos Cristãos". Em 1716, o Papa Clemente XI instituiu a festa de Nossa Senhora do
Rosário no primeiro domingo de outubro, que coincide proximamente com esta
grande vitória. A devoção expandiu-se em todos os
tempos, sendo rezada inteira ou em três terços.
tempos, sendo rezada inteira ou em três terços.
Com esta maneira de pregar e orar, Domingos converte, num
espaço de tempo incrivelmente breve, milhares de hereges, e tão eficientemente
que, muitos dos convertidos, se tornaram eminentes na santidade.
Foi esta, digamos assim, a primeira grande vitória do
Rosário.
Desde então, milhares de Santos, Bem-aventurados, apóstolos e
missionários da Ordem Dominicana, tem espalhado esta devoção por toda a
Cristandade.
Sobressaíram no século XV o Bem-aventurado Alano de La-Roche,
na Bretanha (França), Félix Fábri e Tiago Sprenger, em Colônia (Alemanha). Foi
Tiago Sprenger quem, em Colônia, fundou a primeira Confraria do Rosário
divulgada, depois por toda a Igreja.
A Batalha de Lepanto
No ano de 1571 tinham os turcos atingido o apogeu do seu poder.
Pareciam ter a Cristandade nas mãos.
Os seus exércitos inebriavam-se com a vitória. Sentiam-se poderosos, estavam bem equipados e eram conduzidos por generais habilíssimos. A sua armada era superior em tudo à armada que os cristãos tinham para se defender.
Os seus exércitos inebriavam-se com a vitória. Sentiam-se poderosos, estavam bem equipados e eram conduzidos por generais habilíssimos. A sua armada era superior em tudo à armada que os cristãos tinham para se defender.
Estavam já em seu poder províncias das mais belas e tinham
agora por objetivo dominar a França e a Itália, apoderar-se de Roma e
transformar a Basílica de São Pedro em mesquita turca. São Pio V governava a
Igreja; e este santo e grande Pontífice estava aterrorizado com o perigo que
ameaçava arruinar a própria civilização cristã.
Além de fracos, os governos cristãos estavam, infelizmente,
muito divididos entre si. Intrigas, animosidades pessoais, ambições de cargos
importantes impediam aquela união perfeita que se tornava tão necessária para
resistir ao inimigo comum.
São Pio V pôs toda a sua confiança no Rosário, trabalhando, ao
mesmo tempo, incansavelmente por unir as, aliás fracas, forças cristãs.
Por fim, deu ordem para que a armada dos cristãos se fizesse ao
largo; e, embora eles fossem inferiores aos turcos em número, equipamento,
artilharia e navios, incitou-os a que se batessem sem receio em nome de DEUS e
de Nossa Senhora.
As duas esquadras
defrontaram-se no dia 7 de Outubro.
Como para aumentar as dificuldades dos cristãos, o vento era
lhes contrário, circunstâncias que, nesses tempos de navegação à vela, podia
tornar-se desvantagem fatal.
Mas, obedecendo às ordens do Sumo Pontífice e colocando-os
debaixo da proteção de Maria, a armada cristã investiu contra o inimigo com
animo admirável.
E de súbito, o vento, que se mostrava tão adverso, mudou soprou
com violência contra os infiéis.
A batalha durou umas poucas horas, com fúria encarniçada
acabando pela total derrota da armadura turca.
Tão completa e esmagadora foi a vitória que o poder do Islã
ficou esmagado e salva a Cristandade.
Durante esses terríveis dias, e especialmente no dia da batalha
São Pio V orava fervorosamente a Nossa Senhora do Rosário co fervor intenso,
recorrendo assim à Mãe de Nosso Senhor JESUS CRISTO.
No momento da vitória entrou em êxtase e teve a revelação de
que os cristãos tinham vencido.
Voltando-se para os que o rodeavam, São Pio V deu-lhes a boa
notícia e todos ajoelharam para dar graças a DEUS e à Nossa Senhora.
Para recordar e agradecer a DEUS pela vitória de Lepanto,
alcançada pelas armas cristãs nesse 7 de Outubro de 1571, a Santa Igreja
instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário. Prescrita primeiramente por
Gregório XIII para certas Igrejas, foi estendida por Clemente XI ao mundo
católico, em ação de graças por um novo triunfo alcançado por Carlos VI da
Hungria sobre os Turcos em 1716.
Recomendações da Igreja
O Rosário foi aprovado solenemente pela Santa Igreja, e tem
sido louvado e recomendado pelos papas e por eles enriquecido no correr dos
tempos, com muitíssimas e notabilíssimas indulgências. Ainda mais, os Soberanos
Pontífices, quiseram que esta devoção tivesse no círculo litúrgico festa
especial e se celebra com grande solenidade todos os anos, é o dia 7 de outubro;
e comprazeram-se em derramar sobre a mesma devoção com liberalidade, sem limite
o tesouro das Indulgências.
Passados séculos, agora em nossa época, à festa do Rosário veio
juntar-se outra grande graça pontifícia, o Mês do Rosário, que é obrigatório
para toda a Igreja Católica.
Fonte: Seminário da Adm. Apostólica Pessoal São João Maria
Vianney
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